Dia Mundial do Meio Ambiente: Senado debate 25 anos da Política de Educação Ambiental
O Ciclo de Debates faz parte da programação do Junho Verde
O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, foi criado pela ONU na Conferência de Estocolmo, a primeira das grandes conferências ambientais, realizada na Suécia, em 1972. Já o Senado realiza todos os anos, desde 2020, o Junho Verde, com uma programação voltada para a conscientização sobre temas relacionados ao meio ambiente.
O ciclo de debates sobre os 25 anos da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) (Lei 9795/1999), organizado pelas Comissões de Educação e Meio Ambiente, dentro da programação do Junho Verde, discutiu o futuro da educaçãao ambiental no Brasil.
Ao lembrar que participou da celebração dos 15 anos da PNEA, há dez anos, o moderador dos debates, Marcos Sorrentino, destacou a importância da realização do debate pelo Senado.
''É um momento para nós comemorarmos e ao mesmo tempo pensarmos como é que os próximos anos permitirão que esse estado da arte da educação ambiental seja incrementado, potencializado, no sentido de mudanças efetivas junto a toda a sociedade brasileira", disse.
Na discussão sobre o futuro da educação ambiental no Brasil, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, disse que é fundamental trazer o tema do racismo ambiental para o debate, sobretudo diante dos desafios provocados pelos extremos climáticos nas grandes cidades brasileiras.
''As manifestações das desigualdades sociais e econômicas acabam definindo muito claramente, dentro do território, onde os problemas se manifestam e quem são as vítimas preferenciais desses problemas. Como é que essa camada se sobrepõe a uma outra que já está solidificada, que é as manifestações das desigualdades raciais, do racismo?''
A doutoranda em políticas públicas na Universidade Federal do ABC, Maria Henriqueta Andrade, apresentou sua pesquisa, que faz uma análise dos principais atores da educação ambiental no Brasil ao longo do governo Dilma/Temer quando, segundo ela, o maior protagonismo foi dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, e no governo Bolsonaro, quando ela identificou um destaque maior para a Agência Nacional de Águas e algumas instituições da sociedade civil. Raquel Trajber, do projeto CEMADEN Educação, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou que o novo regime climático não tem ponto de retorno e exige a educação ambiental.
''O Carlos Nobre disse recentemente que mesmo que a gente parasse agora de emitir gases de efeito estufa e outros gases, demoraria 100 anos para tentar recuperar isso. E que está instituído esse novo regime climático, que vem carregado com secas, enchentes, queimadas, furacões, escassez, que é a dimensão da consequência e derretimentos.''
Renato Godoy, do Instituto Alana, que busca promover um mundo sustentável, justo, inclusivo e igualitário para as crianças, destacou o que ele chamou de hipervulnerabilidade das crianças e adolescentes frente aos eventos e ao contexto de múltiplas crises decorrentes do novo regime climático. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.