Castro defende PMs e critica Itamaraty em caso de abordagem a filhos de diplomatas
“Crucificar o policial é o mais fácil. Se houve erro, vamos corrigi-lo"...
O governador Cláudio Castro (PL) saiu em defesa dos policiais militares envolvidos na abordagem a filhos de diplomatas, caso que ocorreu há uma semana. Além disso, criticou o Itamaraty. “É muito complicado para o policial saber se é filho de um diplomata, de um rico ou se é filho de alguém que está cometendo um delito”, defendeu o governador na última terça-feira (9).
“Naquela região [Ipanema], o que os moradores mais reclamam são assaltos feitos por jovens”, explicou. “O pessoal ficou muito falando da questão de racismo, mas [na abordagem] tinham jovens negros e brancos”, justificou.
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“Crucificar o policial é o mais fácil. Se houve erro, vamos corrigi-lo. Mas precisamos entender a complexidade da situação”, disse o representante do Estado.
O caso ocorreu no último dia 3, na Rua Prudente de Moraes, na Zona Sul, quando dois policiais militares abordaram quatro jovens, sendo que três deles eram filhos de diplomatas do Canadá, Gabão e Burkina Faso. As imagens registradas por câmeras de segurança revelam que, no momento da ação, os PMs apontaram as armas para os adolescentes negros, que estavam acompanhados de jovens brancos e brasileiros.
A abordagem foi considerada truculenta pelos diplomatas. O embaixador do Gabão no Brasil, Jacques Michel Moudoutér-Bell, considerou que a ação foi motivada por racismo. O representante do Gabão reclamou pessoalmente sobre o caso ao Itamaraty.
Por causa disso, o governo federal obrigou o Rio de Janeiro a realizar uma investigação rigorosa e que os agentes de segurança sejam devidamente responsabilizados. Entretanto, o governador alegou que nenhum representante do Itamaraty o procurou formalmente.
“Eles não entraram em contato. Preferiram botar nota pública antes de saber o que aconteceu. Isso é uma coisa que a gente tem que tomar cuidado. Atacar a polícia sem se saber o que aconteceu é muito fácil. Espero que, por parte do Itamaraty e do Ministério [das Relações Exteriores], eles tenham mais respeito e mais consideração pela Polícia Militar. Quando os filhos deles estão aqui, quem vai defender é a polícia. Atacar a polícia sem ao menos ligar antes para dialogar?”, afirmou Castro.
“A gente tem que tirar a política disso e começar a entender que aqui se faz segurança pública. A polícia está aqui para defender o cidadão. Se ela errar, ela será corrigida, dentro do erro. A gente não vai crucificar um policial que está lá fazendo o seu trabalho. Eu espero que o Ministério e o Itamaraty tenham mais zelo antes de sair fazendo crítica pública à polícia”, finalizou.