Ex advogada de Flávio Bolsonaro acusa colega de estupro
Juliana Bierrenbach deu forte entrevista ao Diário de Centro do Mundo
Juliana Bierrenbach, advogada criminalista e ex-defensora do senador Flávio Bolsonaro (PL), deu uma forte entrevista para o Diário de Centro do Mundo (DCM) em que falou sobre diversos temas como a reunião gravada pelo delegado federal Alexandre Ramagem (PL), então chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e sobre possíveis represálias da família Bolsonaro, além da sua ruptura da sociedade com a advogada Luciana Pires, na defesa de Flávio Bolsonaro. Mas, o que chamou mais atenção no depoimento foi a revelação de que ela teria sido vítima de um estupro durante o período em que foi defensora do senador, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na entrevista ao DCM, Juliana contou que em 2022 fez uma viagem para Portugal (Lisboa) para participar de um congresso jurídico, acompanhada de um amigo que teria abusado sexualmente dela. A advogada disse que no penúltimo dia da viagem, após ter problemas para conseguir dormir, tomou um comprimido de zolpidem, de 10 miligramas, um forte medicamento indicado para quem tem insônia, por isso usava um aplicativo de celular para monitorar seu sono. E numa das noites em que dormiu no mesmo quarto do amigo, também advogado, o app teria detectado 51 sons de atividades sexuais.
A advogada informou o que havia acontecido para sua ex sócia, mas foi desmotivada a denunciar: ”Éramos três pessoas falando naquele grupo. Disse que ele me estuprou. E aí que minha ex-sócia me liga. Ela já começa a me demover da ideia e afirmar que eu “estava doida”. Disse que não tem nada. E eu comecei a mandar os áudios para ela e os áudios são muito claros.
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Esses áudios são muito tristes de serem ouvidos. Tem áudio em que ele fala para eu me virar de costas. É muito degradante. Ele fala que eu estou bem e eu respondo que estou com dor, com cólica. É muito triste e é horrível. Disseram que eu estava delirando”, contou Juliana.
Ela ainda dá mais informações dessa traumática situação: “Quando eu voltei ao hotel, encontrei um pijama com o material genético [esperma] dele e eu mando a foto para ela [a ex-sócia]. Tenho certeza que vocês conhecem como é um material genético numa roupa preta.
E ela me responde que deve ser pasta de dente. Ela defendeu o estuprador. Para ela, esperma quando seca não fica branco”.
Levei um ano para entender o que tinha acontecido. E o escritório tinha assinado um contrato de R$ 30 milhões com esse estuprador”.
Juliana diz que desde o início percebeu que as pessoas não queriam que essas informações fossem parar na mídia e fizeram de tudo para silenciar a advogada criminalista:
“Fui embora do escritório. Antes de ir embora, eu vomitava o trajeto inteiro do trabalho, porque eu comecei a ter sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. Passei dois anos deitada na cama e tentei voltar a advogar várias vezes. Fui vítima, além do estupro, de um gaslighting para que fosse mantido lá o contrato com a empresa", finalizou a entrevista ao DCM.