Lula celebra inauguração do Complexo de Energias Boaventura em Itaboraí e destaca impacto econômico e social
O projeto prevê a criação de aproximadamente 10 mil postos de trabalho durante a fase de obras
"Eu lembro da quantidade de brigas que tive durante a campanha para convencer que a Petrobras poderia ser a melhor empresa brasileira. E nós fomos desacreditados. Mas hoje estamos aqui. E sim, isso aqui está sendo caro, mas eu prefiro gastar milhões com postos de trabalho e incentivo na educação do que gastar centavos na construção de cadeias". Essa fala é do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a conferência de apresentação do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, na manhã desta sexta-feira. Em tom de comemoração, Lula falou sobre a importância de atuar para que o Brasil volte a "ser dono do próprio nariz", aumentando a produção nacional de trabalho e tecnologia, além de anunciar a abertura de milhões de vagas de emprego.
Antes de seu pronunciamento, Lula visitou o posto de trabalho junto com petroleiros e metalúrgicos. Ele trocou a camisa social pelo tradicional uniforme laranja, usada pelos funcionários e colaboradores da Petrobras.
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"Eu estou aqui com essa camisa da Petrobras, embora eu não tenha sido petroleiro, porque queria falar da minha satisfação com vocês. Este ato de hoje é um reparo ao que muita gente honesta e trabalhadora sofreu dentro da Petrobras. Estou orgulhoso de estar com essa camisa porque a Petrobras está no meu sangue e na minha formação política", disse o presidente.
O Complexo de Energias Boaventura da Petrobras é o novo nome do antigo Comperj. Mas não foi só o nome que mudou. O posto está avançando em termos de sustentabilidade e pretende gerar um impacto significativo na economia local. O projeto prevê a criação de aproximadamente 10 mil postos de trabalho durante uma fase de obras.
Após a conclusão das obras, o Complexo garantirá cerca de segundos 3 mil empregos permanentes, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
“O projeto está vinculado ao Programa Autonomia e Renda Petrobras, que visa qualificar cerca de 20 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social, oferecendo oportunidades de capacitação e inclusão”, explicou, acrescentando que, no âmbito do investimento social, a Petrobras destinará R$ 350 milhões ao longo dos próximos quatro anos para o programa de acessibilidade.
O polo industrial é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do país, parte do Projeto Integrado Rota 3 (PIR3), e recebe gás do pré-sal da Bacia de Santos, transportado por meio do gasoduto Rota 3, que também iniciará a operação. O PIR3 vai viabilizar o escoamento de até 18 milhões de m³/dia e o processamento de até 21 milhões de m³/dia de gás pela UPGN, aumentando assim a oferta de gás natural para o mercado nacional e reduzindo a dependência de importações.
Orgulhoso, Lula destacou a importância da Petrobras para a economia nacional. "Uma empresa pública como a Petrobras não serve apenas para lucrar, mas para prestar serviço à população. Não podemos ser apenas importadores de tudo. É importante a produção no território nacional. Somos um país muito grande e, quando se trata de petróleo, sabemos que, desde 1953, quando Getúlio Vargas inventou em criar a Petrobras, havia quem fosse contra. Mas, no dia que acabar o petróleo a Petrobras será a maior produtora de biocombustível, de etanol e de energia verde. A Petrobras é uma indústria de energia e ela vai produzir o que é necessário", garantiu Lula.
O presidente também registrou a Operação Lava Jato, mencionando o período em que os polos ficaram fechados. "A tentativa da Lava Jato não era prender corruptos, era desmoralizar a Petrobras para tentar vendê-la. Me questionam se fazer isso ou aquilo é caro. E sim, isso aqui está sendo caro, mas foi mais caro ainda o tempo que ficou fechado", disse Lula.
As obras de implementação do PIR3 mobilizaram cerca de 10 mil trabalhadores e, a partir do início das operações comerciais, previstas para a primeira quinzena de outubro, o Complexo contará com mais de 600 profissionais, entre próprios e terceirizados, diretamente na operação, manutenção de equipamentos e suporte operacional do gasoduto e das plantas de processamento de gás e de utilidades.
Como forma de homenagear a história da região metropolitana do Rio de Janeiro, foi assinada a intenção de implantar um espaço turístico junto às ruínas de Boaventura, que foram preservadas pela Petrobras. O polo industrial foi nomeado Complexo de Energias Boaventura, em referência ao Convento São Boaventura, localizado dentro da unidade e considerado uma das primeiras construções da região hoje conhecida com o município de Itaboraí.