Moraes intima Pablo Marçal após reiteradas violações no processo eleitoral
Ministro do STF deu 24h para que o ex-coach preste depoimento sobre crimes que incluem abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou, neste sábado (5), Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, a comparecer para prestar depoimento em até 24 horas, após reiteradas violações no processo eleitoral, que incluem abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação.
A decisão de Moraes, que foi compartilhada com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, aponta claros indícios de que Marçal, além de descumprir uma ordem judicial ao utilizar ilegalmente a plataforma X durante o bloqueio, espalhou mentiras criminosas contra seu oponente, o também candidato a prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL).
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Após ser vetado o uso da plataforma, a Polícia Federal passou a monitorar as atividades de Marçal, e as investigações confirmaram que o candidato desrespeitou a proibição, mantendo-se ativo na rede para disseminar calúnias. “A conduta de Pablo Henrique Costa Marçal caracteriza abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação, afrontando de maneira grave a legitimidade e normalidade do pleito eleitoral”, afirmou Moraes em sua decisão.
O candidato Pablo Marçal também é acusado de ter forjado um laudo médico para difamar Boulos, afirmando que o adversário fazia uso de cocaína. A fraude foi revelada quando a filha do médico, cuja assinatura aparece no documento, Aline Garcia Souza, denunciou publicamente a falsificação, já que seu pai, Dr. José Roberto de Souza, faleceu em 2022. “A assinatura no documento [de Marçal] não tem nada a ver com a do meu pai, que eu tenho tatuada nas costas”, declarou Aline.
Diante das provas, a Justiça Eleitoral ordenou a remoção imediata do conteúdo criminoso das redes sociais e abriu um inquérito para investigar a origem do laudo falsificado. A Polícia Federal já está realizando diligências para identificar outros envolvidos na propagação destas inverdades para punir os responsáveis.
Desde o início da campanha, Marçal vem se utilizando de práticas desonestas e ataques difamatórios para tentar manchar a reputação de seus adversários. Durante o debate na TV Globo, na última quinta-feira (3), Boulos chegou a apresentar um exame toxicológico ao vivo, desmentindo qualquer envolvimento com drogas.
Com a decisão, Moraes deixa clara a periculosidade das ações de Marçal, visando coibir o uso de desinformação e discursos de ódio, que têm sido recorrentes nas campanhas eleitorais de 2024, além de assegurar a integridade do processo eleitoral.