Dino vota para condenar Carla Zambelli a 5 anos de prisão: saiba mais
Com essa decisão, o placar no tribunal chega a quatro votos pela punição da parlamentar

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou neste domingo (23) a favor da condenação da deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 5 anos e 3 meses de prisão. Com essa decisão, o placar no tribunal chega a quatro votos pela punição da parlamentar.
Até o momento, já se manifestaram o ministro relator Gilmar Mendes, além dos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Dino. A análise do caso no plenário virtual teve início às 11h da sexta-feira (21) e seguirá até 23h59 do dia 28 de março.
Em seu voto, Dino destacou que é “uma contradição insanável que um representante político ameace gravemente um cidadão, como se estivesse acima das leis a ponto de submetê-lo ao risco real de perder a vida ao ser ameaçado com uma arma de fogo”.
Zambelli responde pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. A deputada, apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, perseguiu e apontou uma pistola 9mm contra o jornalista Luan Araújo, um homem negro, em 29 de outubro de 2022.
O episódio ocorreu após uma troca de provocações entre os dois, depois de um evento político no bairro Jardins, em São Paulo (SP), culminando na perseguição e ameaça. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi aceita pelo Supremo em agosto de 2023.
Segundo a acusação, Zambelli sacou a arma "sem que houvesse justificativa dentro dos limites da defesa pessoal, mesmo sob a alegação de proteger sua honra". Já a defesa da deputada sustenta que sua reação foi "legítima" diante das provocações do jornalista e nega que tenha cometido qualquer crime.
Em nota, os advogados da parlamentar reafirmaram sua "confiança na imparcialidade do Poder Judiciário e na condução justa do processo".
"Acredito plenamente na Justiça e tenho certeza de que, com o devido esclarecimento dos fatos, minha inocência será comprovada", declarou Zambelli.
Além da ação penal no STF, a deputada também enfrenta problemas na Justiça Eleitoral. Seu diploma de deputada federal foi cassado, tornando-a inelegível por oito anos a partir das eleições de 2022.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) considerou que ela fez uso indevido dos meios de comunicação e cometeu abuso de poder político. Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e ela permanece no cargo até o esgotamento das instâncias recursais.