Programa internacional de empreendedorismo do MIT é apresentado em debate do Fórum da Alerj
É a primeira vez que o programa acontece no Brasil
O estado do Rio de Janeiro foi uma das oitos regiões a ser selecionada para integrar o programa REAP (Regional Entrepreneurship Acceleration Program) do MIT (Massachusetts Institute of Technology. O detalhamento do programa foi apresentado nesta quarta-feira (4), durante uma reunião virtual conjunta das Câmaras de Tecnologia, Energia e Desenvolvimento Sustentável do Fórum de Desenvolvimento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo é acelerar startups nas áreas de energia e sustentabilidade
Inédito no país, o REAP já aconteceu em 51 regiões do mundo, e será desenvolvido no decorrer de dois anos, com início oficial previsto para janeiro de 2021. O programa conta com quatro fases de desenvolvimento, que envolvem o diagnóstico das características do estado fluminense, passam pela montagem das estratégias para sanar os empecilhos da região, pela implementação das ações e a última fase, que é a sustentação das estratégias sem a presença formal do MIT.
De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), existem hoje mapeadas 157 startups de energia, de um total de 13 mil. “O Programa de Aceleração de Regiões Empreendedoras ajuda as startups. O Rio tem uma série de empresas da área de energia, além das entidades de inovação e acadêmicas de negócio. E startups, que é a lacuna que temos que olhar com atenção”, defendeu Hugo Mendonça, coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica (LabrInTOS - Coppe/UFRJ).
A expectativa para os próximos dois anos é que o programa se desenvolva através de iniciativas coletivas de engajamento, que envolvam o governo, universidades públicas, empreendedores e investidores de alto risco. “Pretendemos formar talentos para inovação e empreendedorismo no setor de energia; gerar desenvolvimentos de startups; atrair investimento público e privado para o Rio de Janeiro; transformar pesquisas acadêmicas em negócios e gerar emprego e renda”, explicou Mendonça.
Setor fundamental para o programa REAP, as universidades públicas no Rio enfrentam o desafio de converter a produtividade acadêmica em números de mercado. Para a representante da Embrapa Solos, Petula Ponciano, a união de todos os setores de inovação do Rio servirá para que o projeto avance. “A gente tem muita sinergia e a gente precisa fazer com que esses projetos se falem e o estado desponte neste projeto de inovação. As universidades, com suas pesquisas na área de engenharia, podem contribuir”, destacou Ponciano.
O faturamento conjunto, hoje, das 30 mil empresas que integram o projeto do MIT, gira em torno de US$ 1,9 trilhões, valor superior ao Produto Interno Bruto do Brasil. Hugo Mendonça enfatizou que o REAP é um projeto de longo prazo, com ações perenes e orgânicas. “Há um consenso nas áreas de inovação das empresas, que o grande gerador de caixa ainda continua sendo óleo e gás. Mas já temos que estar preparados para a próxima curva e o REAP pode ajudar muito nisso”, disse. O endereço para acompanhar as ações do programa é o https://reap.mittechreview.com.br/.
Segundo a secretaria-geral do Fórum Alerj, Geiza Rocha, o objetivo da reunião era de iniciar uma conversa sobre o tema no âmbito do legislativo. “Estamos olhando da perspectiva do Fórum, que vem acompanhando uma série de iniciativas e movimentos muito importantes de uma visão de construção que una as instituições e gere essa possibilidade de governança. A sustentabilidade está no DNA do Rio de Janeiro, mas temos o desafio de fazer as coisas se concatenarem e gerarem soluções”, disse. A reunião pode ser vista na íntegra através deste link.