Mãe e filhas que trabalhavam em troca de comida em sítio são resgatadas em Araruama
Uma das resgatadas tem, atualmente, 13 anos
Uma família que vivia em condições análogas à escravidão em Araruama, na Região dos Lagos, foi resgatada do sítio em que moravam durante ação realizada pela Superintendência Regional do Trabalho e Ministério Público do Trabalho em Araruama.
Segundo o auditor-fiscal do Trabalho Márcio Lins Guerra, a família composta por uma mãe e duas filhas, trabalhava de segunda a segunda no sítio em troca de comida. Ainda segundo o auditor, elas viviam no sítio há cerca de três anos.
“A mãe nos relatou que trabalhava em troca de comida porque não sabia contar. A família é analfabeta”, disse o auditor-fiscal do Trabalho Márcio Lins Guerra em entrevista ao G1.
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Uma das vítimas, de 13 anos, chegou a perder parte do dedo ao manusear uma máquina. O empregador levou a adolescente ao hospital, onde ficou por apenas dois dias antes de voltar ao trabalho. Ela afirma que ficou com sequelas.
Toda o trabalho de roçado da propriedade foi feito pela mãe e as duas filhas, que nunca receberam um salário sequer durante três anos. Além disso, elas eram responsáveis pelo trato dos animais.
“Estamos diante um caso de trabalho escravo e trabalho infantil. A participação da sociedade é fundamental na identificação e denúncia dessas infrações”, comentou o auditor-fiscal Eugênio Santana, coordenador do combate ao trabalho infantil na Superintendência do
A operação foi realizada por auditores-Fiscais do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, o Ministério Público do Trabalho (MPT/RJ) e a participação de oficiais de justiça e representantes de segurança institucional do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ) e aconteceu um pouco antes do Natal, mas só foi divulgada agora.