Biblioteca Parque une literatura e arquitetura neoclássica no Centro de Niterói
Conjunto arquitetônico do espaço atrai visitantes para fotografias e contemplação
Inaugurada em março de 1935 quando Niterói ainda era a capital do antigo Estado do Rio, a Biblioteca Parque surgiu em comemoração ao centenário da promoção do município fluminense à condição de cidade e capital do Rio de Janeiro. Pode-se considerá-la, então, um dos principais símbolos da antiga era niteroiense, que deixou de existir quando puseram fim ao antigo Estado da Guanabara e elevaram a cidade do Rio à capital do estado unificado do Rio de Janeiro.
A criação da Biblioteca Parque de Niterói surgiu com a ideia de construir, na gestão do prefeito Feliciano Pires de Abreu Sodré, de 1911 a 1914, no centro da cidade, uma praça que reunisse as principais sedes do Governo do Estado, em prédios modernos — O Centro Cívico de Niterói.
Originalmente batizada de D. Pedro II, o local se tornou Praça da República em 1927. Foram construídos na região a Assembleia Legislativa, atual Câmara Municipal de Niterói, o Palácio da Justiça, onde hoje funciona o Fórum de Niterói, e a Biblioteca Pública. No entorno desses prédios, o Liceu e a sede da Polícia Estadual completam o conjunto arquitetônico.
A construção da biblioteca teve início em 1927, mas questões políticas retardaram as obras, que foram paralisadas, por falta de recursos financeiros, durante cinco anos. Em 1933, o interventor Ary Parreiras providenciou a finalização do prédio, que foi concluído parcialmente em 06 de setembro de 1934, quando nele se instalou a Academia Fluminense de Letras e a exposição 'História Administrativa do Estado', que homenageia o centenário de criação da Província do Rio de Janeiro.
O edifício de arquitetura eclética com inspiração neoclássica é um projeto do arquiteto italiano Pietro Campofiorito, então funcionário do Governo do Estado do Rio de Janeiro, mas foi assinado por Lother Kastrup, por Campofiorito não ser diplomado no Brasil. Trata-se de uma obra monumental, assim como os demais prédios da praça, e um marco na arquitetura da região central de Niterói. O prédio ocupa uma área de cerca de 1.500 m² e foi tombado como patrimônio cultural do Estado em 1983, há 40 anos, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, o Inepac.
A biblioteca guarda em suas estantes obras raras pela antiguidade e pela importância histórica, como, por exemplo, um raro dicionário jurídico de bolso, escrito em latim e impresso em 1614. O álbum comemorativo do centenário da Independência do Brasil, com fotografias da cidade, e o exemplar do periódico "A Lanterna — edição especial para Nictheroy", publicado em 1904, também são exemplos de raridades presentes em seu acervo.
“A minha história com a Biblioteca começou há muito tempo, quando eu ainda estudava para concurso e procurava um local para estudar. Me recomendaram a biblioteca e foi amor à primeira vista. Desde então, eu vivia aqui. Assistia às minhas aulas e voltava para cá. Ele é muito importante para mim e para os meus amigos”, diz a militar gonçalense Laís dos Santos Lima, de 28 anos, que tem uma relação afetiva com a biblioteca.
Ao procurar a Biblioteca em uma das mais famosas redes sociais, o Instagram, não é difícil de encontrar inúmeras fotografias que destacam a arquitetura do espaço. Seja através de selfies ou de cliques posados, os visitantes compartilham com seus seguidores tanto a fachada quanto o interior, que além de oferecer um imenso acervo cultural, também surpreende pela beleza escondida e, muitas das vezes, desconhecida.
“Fui à biblioteca com a escola em que trabalho para ministrar uma aula, foi a primeira vez que fui ao local, e me encantei com a beleza e a organização. É um espaço lindo. A população precisa conhecer e desfrutar desse lugar, é no centro da cidade, uma ótima localização. Vale muito a pena visitar! O prédio todo é uma obra de arte”, afirma a professora de inglês e morada de Niterói, Karla Jesus, de 33 anos.
Dicas para fotos ‘instagramáveis’
A Biblioteca Parque é um lugar perfeito se você curte fotos com destaque para a arquitetura. Para isso, é só aproveitar os pilares e o pé direito duplo do local para capturar aquela fotografia mais artística. A claraboia instalada no centro da biblioteca favorece este ângulo e ajuda na iluminação.
Se você curte literatura, aqui também é um dos espaços que irá te proporcionar diversas opções de fotografias. Você pode enquadrar as estantes recheadas de livros no seu registro e também utilizar das mesas disponíveis para fazer aquele clique queridinho dos leitores.