'TCP' lança novo plano para tentar impedir monopólio do 'CV' em Niterói
Informações chegadas à polícia indicam que estratégia seria montar 'base' para retomar também comunidades perdidas na Zona Norte da cidade. Saiba quem são os envolvidos na disputa
Setores de Inteligência da Polícia fazem investigações para saber quem são as lideranças que estão por trás de uma nova disputa entre as facções Terceiro Comando Puro (TCP) e o Comando Vermelho (CV) em Niterói. Dessa vez o foco dos confrontes é o Morro do Estado, no Centro da cidade, que há meses, estava sob domínio do CV, e que fio invadido por criminosos do TCP no último fim de semana. além de realizarem a invasão, os criminosos dessa facção estão divulgando fotos e informações nas redes sociais e se referindo ao episódio como uma 'vitória' sobre os rivais.
Informações iniciais indicam que lideranças do TCP no Complexo da Maré, na Zona Portuária da capital, e de Acari, no subúrbio da cidade, estariam juntas, fornecendo armamentos e 'soldados' para manter o Morro do Estado ocupado. O próximo passo seria entrar também na comunidade da Chácara, vizinha ao Estado, e depois montar outra estratégia para retirar o CV das comunidades da Coronel Leôncio, da Coréia, Santo Cristo - todas no Fonseca- e do Pimba e da Palmeira, na Riodades.
Antigas lideranças do TCP encarceradas em presídios também teriam dado apoio ao novo plano de invasões. O resultado da situação foram duas noites de confrontos no Morro do Estado, entre sábado e domingo, para desespero dos moradores da tradicional comunidade do Centro de Niterói.
Levantamentos iniciais da polícia indicam que o Morro do Estado estava sob domínio de traficantes do CV de comunidades ligadas à Zona Sul da cidade - no Viradouro e Areal, ambas em Santa Rosa - para fazer face ao prejuízo provocado em decorrência do plano de ocupações que foram montados pelas forças de Segurança Pública, desde o ano passado nesses locais, e também nas comunidades da Igrejinha e da Grota.
Essas comunidades da Zona Sul tem liderança de Marcos Patrick da Silva Aquino, o Tiquinho, que não tem uma das mãos: ele perdeu o membro ao ser ferido durante uma troca de tiros com a polícia, quando a granada que segurava explodiu em suas mãos antes de ser lançada contra os militares.
Os traficantes do TCP haviam se retirado das comunidades do Fonseca e Riodades porque se encontravam em desvantagem em número de homens e armamentos contra os criminosos do CV, que tem grande maioria em outras comunidades da Engenho e do Fonseca. Um dos financiadores da tomada do Morro do Estado pelo TCP é Thiago Folly, o TH, apontado como o líder de onze das 15 comunidades que compõem o Complexo da Maré.
Segundo a polícia, os novos líderes das comunidades ocupadas pelo CV no Fonseca e na Riodades são Carlos Vinicius Lírio da Silva, o Cabeça ou Romário e outro traficante da comunidade da Nova Brasília identificado como Fluminense.