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Desaparecimento de meninos de Belford Roxo é denunciado à ONU

As crianças estão desaparecidas desde 27 de dezembro de 2020

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de agosto de 2021 - 16:15
Mães dos meninos acreditam que eles ainda estejam vivos
Mães dos meninos acreditam que eles ainda estejam vivos -

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) denunciou o desaparecimento dos meninos de Belford Roxo ao Comitê contra o Desaparecimento Forçado da Organização das Noções Unidas (ONU). Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, estão desaparecidos desde 27 de dezembro do ano passado, quando saíram de suas casas, em Belford Roxo, para brincar.

O MNDH diz no relatório que o caso continua sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense sem conclusão alguma sobre o paradeiro das crianças, o que constituiria uma "clara violação aos direitos humanos", e pede que o Estado brasileiro se manifeste sobre o assunto. 

Segundo o grupo, o sumiço das três crianças suscita o disposto na Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento Forçado e no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que preveem que "o direito a vida é inerente à pessoa humana". Ainda segundo o MNDH, o caso se enquadra no artigo 3 da Declaração Universal de Direitos Humanos, que garante que "todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal".  

"Desaparecimento forçado não é só aquele provocado pelo tráfico de drogas ou agentes de segurança, mas também por outros grupos criminosos. A proposta é que se investigue a fundo, considerando que até agora o Estado ainda não conseguiu dar uma resposta a essas famílias", explica Carlos Nicodemos, o advogado que assina o relatório.

Uma das linhas de investigação da Polícia Civil é a de que os meninos teriam desaparecido após terem supostamente furtado uma gaiola de passarinhos na feira de Areia Branca, no bairro Castelar.

Foram realizadas buscas pelos corpos das três crianças no Rio Botas, mas sem sucesso. Foi até encontrada uma ossada em um saco preto, mas não era humana. Segundo a defensora pública Gislaine Kepe, do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, as famílias ainda acreditam que as crianças estão vivas.

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