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Tráfico monta 'cinturão' de segurança para proteção a autores do plano de fuga do 'CV' com helicóptero sequestrado

'Marcos Paraíba' e 'Khawan', executores do plano e apontados pela polícia como integrantes da quadrilha que age em comunidades de Niterói, teriam sido colocados em sistema de 'rodízio' de esconderijos por cúpula de facção na região

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 30 de setembro de 2021 - 19:51
'Pará' e Thawan foram executores do plano, segundo a polícia
'Pará' e Thawan foram executores do plano, segundo a polícia -

Passadas quase duas semanas da ousada tentativa de fuga de três líderes do Comando Vermelho de um presídio da Zona Oeste do Rio de Janeiro, através do sequestro de um helicóptero de uma empresa particular, os principais 'conselheiros' dessa facção decidiram montar uma espécie de 'cinturão de segurança' para dar proteção à dupla executora do crime. Segundo investigações da polícia, Marco Antônio da Silva, o Pará, e Khawan Eduardo Costa Silva, apontados como integrantes da quadrilha que comanda o tráfico de drogas em comunidades de São Lorenço e da Zona Norte de Niterói, estão passando diferentes períodos em esconderijos situados nos redutos controlados pelo CV na região para evitar que sejam capturados. 

Os dois, segundo fontes das Polícias Civil e Federal, integram a quadrilha comandada por Carlos Vinicius Lirio da Silva, o Cabeça, que mesmo preso, seria responsável pelo controle da venda de drogas em comunidades da Ilha da Conceição e também na comunidade do Sabão, em São Lourenço, ambas em Niterói. Setores de Inteligência da Polícia apontam que Cabeça ganhou bastante espaço no CV após ter entrado no plano que culminou com as conquistas de cinco comunidades até então controladas na Zona Norte de Niterói, no primeiro semestre desse ano por membros do Terceiro Comando Puro (TCP): Coronel Leôncio, Coréia e Santo Cristo, no Fonseca, e Pimba e Palmeira, na Riodades.

A última conquista, que teria culminado com o monopólio do CV por comunidades em Niterói, aconteceu também esse ano nos Morros do Estado e da Chácara, no Centro da antiga capital. Cabeça, segundo informações da polícia, participa de uma espécie de 'consórcio', que envolve traficantes da Comunidade do Viradouro, em Santa Rosa, e do Complexo da Coruja, em São Gonçalo, e mesmo preso, participa ativamente, segundo a polícia, das tomadas de decisão da facção junto com outras lideranças que também estão presas. 

"A ordem é 'guardar' Pará e Thawan', que são diretamente subordinados a Cabeça. E nesse sentido, a comunidade do Sabão, por estar próxima a maior unidade de policiamento ostensivo em Niterói, que é o 12ºBPM (Niterói), não é considerada cem por cento segura", disse um graduado policial que investiga o tráfico de drogas na cidade". 

Através de minuciosa investigação, a Polícia Civil do Rio descobriu que Pará e Thawan foram responsáveis pela fracassada execução do plano de resgate de Cabeça e de outros três detentos, planejada para acontecer durante o horário de visitas no Presídio Vicente Piragibe, no Complexo de Bangu:  Márcio Gomes Medeiros Roque, o Marcinho do Turano, José Benemário de Araújo, o Benemário, e Márcio Aurélio Martinez Martelo, o Bolado.   

Se passando por turistas, Pará e Thawan, procuraram os serviços de uma empresa aérea no Rio, a pretexto de irem a Angra dos Reis, em passeio. Ao retornarem de lá, no entanto, anunciaram o plano de sequestro, retiraram dois fuzis de uma mala e mandaram o piloto voar para o Complexo de Bangu. O sequestro só não se concretizou porque o piloto da aeronave, o policial civil Adonis Lopes, em uma manobra heróica sobre o 14ºBPM (Bangu), tentou o pouso na unidade, e entrou em luta corporal com os dois no ar. Ao serem alertados que iriam morrer se a aeronave caísse, os dois desistiram do plano e mandaram o piloto deixá-los em uma área deserta do Morro do Castro, em Tenente jardim, na divisa entre Niterói e São Gonçalo.   

Para tentar facilitar o pouso do helicóptero, Cabeça, Benemário, Bolado e Marcinho do Turano chegaram a fazer uma fogueira na área externa do presídio Vicente Piragibe, no dia programado para a fuga, aproveitando o banho de sol durante o horário de visitas. Como eles ficaram 'enrolando' na área externa, por quase uma hora após o toque de recolher para as celas, há suspeitas de que possa ter havido facilitação por parte da equipe de plantão. Por medida de segurança, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) os transferiu para  o presídio de Segurança Máxima Bangu 1. 

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