'Cenário de guerra': atentado em Itaboraí aterroriza moradores de São Joaquim
Ataque terminou com cinco mortos e dois feridos
Vidros quebrados, chinelos jogados, cartas de baralho pelo chão, poças de sangue e uma cadeira de rodas abandonada. Esse é o cenário encontrado na manhã desta segunda-feira (13), após o ataque criminoso numa padaria, que terminou com cinco mortos e dois feridos, em Retiro São Joaquim, em Itaboraí.
Umas das vítimas fatais, Jonas Nunes Gomes, de 25 anos, era cadeirante. Ele morreu no local, sem tempo de defesa ou meio de fugir do local.
Na padaria, que existe há dois anos e era ponto de encontro dos amigos, todos os domingos, restou a cadeira de rodas que o jovem utilizava para se locomover.
O proprietário do estabelecimento também acabou baleado, mas foi socorrido e recebeu alta médica no mesmo dia. Ele não foi encontrado para comentar o caso.
De acordo com moradores do local, a padaria também vendia frango e costela aos domingos, por isso era o local preferido da turma.
"Eles se encontraram cedo, tomavam café e iam jogar bola. Depois eles voltaram e almoçavam já por lá também. Faziam isso todos os domingos", relembrou um amigo das vítimas.
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Medo
"Isso aqui está parecendo um cemitério. A rua está vazia, todo mundo preso dentro de casa. Ninguém quer falar nada por medo. Isso aqui ainda é um local calmo, mas o que estamos escutando sobre o caso de ontem assusta. Os meninos eram todos gente boa. Estavam lá todo domingo. Foi uma covardia o que fizeram com eles", desabafou uma moradora que, por medo, preferiu não se identificar.
Corpos começam a ser liberados
Familiares das vítimas do atentado já estão no Instituto Médico Legal (IML) de São Gonçalo para liberar os corpos. Foram identificados como Jonas Nunes Gomes, 25 anos, Joelson Ferreira Conceição, 48 anos, José Roberto da Silva, 53 anos, e Júlio César do Nascimento, 70 anos, as vítimas fatais do caso, além do policial civil Wellingtons Emerick.
"Não temos palavras, porque ele não merecia. Ele tinha câncer no estômago, e a gente achava que ele ia morrer da doença e não desse jeito. Ele chegou na padaria para comprar um frango. Ele nao era bandido, era uma pessoa boa que nao merecia passar por isso", contou a filha de consideração de Julio César. Ele também deixou outros quatro filhos de sangue e netos.
A irmã de Joelson contou que ele trabalhava como porteiro em Macaé. Ele voltava para casa, em Itaboraí, de 15 em 15 dias. Sempre que estava na região ele parava na padaria com os amigos. Ele não era casado e não deixou filhos.
"Uma pessoa boa, trabalhadora. Estamos ainda em choque com tudo o que aconteceu", disse.
Familiares do policial civil não quiseram comentar o caso.