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Justiça determina que preso após reconhecimento fotográfico em Itaboraí continuará preso

Defesa do rapaz vai recorrer da decisão em segunda instância

relogio min de leitura | Escrito por Daniel Magalhães | 04 de abril de 2022 - 16:59
Jorge Luis está preso desde 15 de fevereiro; Família protesta constantemente pela soltura
Jorge Luis está preso desde 15 de fevereiro; Família protesta constantemente pela soltura -

A Justiça determinou que Jorge Luís de Souza Filho, de 29 anos, deve continuar preso. O rapaz, que foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão está preso desde 15 de fevereiro após um reconhecimento fotográfico. No último dia 22, a família e alguns amigos de Jorge compareceram ao Fórum de Itaboraí para protestar pela soltura do rapaz, mas nada adiantou. A defesa de Jorge alega que a Justiça ignorou os autos e os laudos que comprovam as condições de saúde de Jorge Luís. A defesa recorrerá da decisão em segunda instância.

"O caso do Jorge Luiz é mais uma injustiça cometida pelo nosso Judiciário, com todas as provas dos autos, ainda assim ele foi condenado a 5 anos e 10 meses de cadeia. Em relação ao reconhecimento das vítimas, ficou claro que elas estavam ali forçadas. E o fato delas terem saído e terem dado 'tchau' para a mãe rindo e zombando só fortificou minha tese de que eles não foram roubados", disse o advogado Fábio Tolissano "Como o Jorge Luiz apareceu nessa história? Ele comprou o telefone, colocou o chip e apareceram os dados dele. Então, eu levei [no dia do julgamento] a pessoa que vendeu o telefone, levei os áudios comprovando que esse telefone foi comprado dessa pessoa, juntei fotos dessa pessoa com esse telefone, os laudos que comprovam que o Jorge Luiz não tem condição nenhuma de pilotar uma moto, ele sequer sabe andar de bicicleta.", completou o advogado.

"Quando o Jorge Luís foi prestar depoimento, o promotor sequer olhou na cara dele. Quando o Jorge Luís começou a falar, ele levantou e saiu da sala de audiência. Então, ele já estava tendenciado a condenar uma pessoa inocente", contou Tolissano.

"Estamos em fase de recurso e espero em Deus que essa injustiça que está sendo cometida contra o Jorge Luís, um rapaz trabalhador, que tem sérios problemas de saúde e nunca subiu em uma motocicleta, possa ser reparado pelo nosso Judiciário em segunda instância.", concluiu.

Recordando

Jorge Luiz de Sousa Filho, de 28 anos, foi preso no dia 15 de fevereiro, após comprar um celular de um conhecido sem saber que se tratava de um aparelho roubado. A polícia rastreou o aparelho, encontrou seus dados no sistema do Detran e apresentou uma foto 3x4 dele a uma das vítimas de assalto. A vítima disse que Jorge teria sido o assaltante. Logo, foi expedido um mandado de prisão contra ele.

A polícia foi em seu local de trabalho, em um polo da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), mas ele não estava no local, pois foi afastado por conta da pandemia. Sabendo que a polícia o procurava, Jorge foi sozinho à delegacia, onde foi imediatamente preso.

O rapaz foi preso apesar de muitas de suas características não estarem de acordo com as descritas pelas vítimas, principalmente a altura, uma vez que Jorge Luiz tem 1,62 de altura, e as vítimas disseram que o assaltante tem mais ou menos 1,80. Ainda segundo as vítimas, o criminoso estava em uma moto, já os familiares contam que Jorge nem ao menos sabe andar de bicicleta. A única característica em comum com o assaltante é a cor de pele.

A Polícia e a Justiça entendem que Jorge roubou o aparelho e colocou um chip com o próprio número de celular. Já a mãe e a irmã contam que ele comprou o celular com um mecânico conhecido, mas a mãe de Jorge mandou ele devolver o aparelho, já que o telefone não funcionou após a instalação do chip. 

No julgamento, o juiz Daniel da Silva Fonseca, da 1ª Vara Criminal de Itaboraí, entendeu que as versões de Jorge, da mãe e do mecânico eram conflitantes e, com isso, desconsiderou os argumentos. 

O Ministério Público diz que Jorge foi reconhecido formalmente como autor de um roubo em outra investigação que ainda não foi concluída. A promotoria afirma que esse roubo aconteceu da mesma forma que o crime pelo qual ele está sendo acusado e que duas vítimas também o reconheceram com o autor do crime.

A Polícia Civil de Itaboraí (71ª DP) informou que três vítimas de diferentes inquéritos reconheceram Jorge como autor de assaltos, e que "o caso foi relatado e encaminhado à Justiça, que decretou o mandado de prisão preventiva contra ele".

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