Polícia faz operação em Niterói contra banco suspeito de golpes e pirâmide financeira
Mandados são cumpridos em Niterói e no Centro do Rio; prejuízos chegam a R$ 100 milhões
Na manhã desta quinta-feira (3), uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro foi realizada contra a empresa “AutiBank Pagamentos”, suspeita por estelionato e esquema de pirâmide financeira. Doze mandados de busca e apreensão foram feitos em Niterói e no Centro do Rio de Janeiro. Yuri Medeiros Correa foi denunciado como líder da organização criminosa.
Quase R$ 3 milhões foram perdidos por pelo menos 30 vítimas, entre 2020 e 2021, com o falso banco. Investigadores estimam que o número de vítimas seja ainda maior. Outras doze unidades da federação e o Distrito Federal relataram prejuízos, que somadas resultam em R$ 100 milhões em perdas. A AutiBank não é cadastrada no Banco Central do Brasil.
As vítimas eram achadas através de bancos de dados de funcionários públicos ou abordadas em shoppings e até mesmo em casa. Convencidas a fazer empréstimos bancários e consignados, investimentos lucrativos, que variavam de 1% a 10% mensais, eram prometidos a elas. A Delegacia de Defraudações está responsável pela investigação.
O Ministério Público do Rio denunciou Yuri Medeiros Correa como líder da organização criminosa e Gabriel Oliveira Fidelis como mediador dos roubos, em maio de 2022. De acordo com as investigações, o grupo liderado por Yuri possuía quatro filiais do banco em Niterói, São Paulo, Curitiba e Fortaleza. Yuri já é considerado réu pelo Ministério Público do Ceará por estelionato e organização criminosa.
Lives de famosos, como como Gusttavo Lima e Bell Marques já foram patrocinadas pela AutiBank. Wesley Safadão inclusive chegou a cantar em um casamento organizado por Yuri, para 800 pessoas.
Outras empresas, além do banco digital, estavam no esquema para fazer empréstimos aos clientes: a XTT Soluções Financeiras, a Extratton Soluções Financeiras e a Real Corp Soluções Financeiras, em Curitiba.
Vítimas
Relatos de prejuízos financeiros devido às fraudes da AutiBank são reunidos por vítimas do esquema no Instagram. Publicações expõem os ocorridos e pedem a prisão de Yuri.
Em post que mostra o empresário e a esposa em viagem de avião, a dona do perfil escreveu “a justiça tarda, mas não falha”. A Polícia Civil e o Ministério Público pediram a prisão de Yuri, que foi negada pela Justiça do Rio.