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Caso Flordelis: 'Uma casa dividida em facções', diz testemunha de acusação

Julgamento iniciado ontem (07) pode levar mais de três dias para ser concluído

relogio min de leitura | Escrito por Renata Sena | 08 de novembro de 2022 - 12:54
Flordelis no júri ontem (07)
Flordelis no júri ontem (07) -

Encerrando a manhã do segundo dia do julgamento do caso Flordelis no Fórum de Niterói, apenas uma testemunha tinha sido ouvida, um inspetor da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG).

Segundo o depoente, a casa onde a ré morava com os filhos biológicos e adotivos funcionava como um sistema dividido por "facções". Após o assassinato do pastor Anderson do Carmo, a casa teria ficado dividida entre a facção que tentava encobrir o crime e a que delatou o crime. 

Imagem ilustrativa da imagem Caso Flordelis: 'Uma casa dividida em facções', diz testemunha de acusação
 

Na primeira sessão, iniciada ontem (07), foram ouvidas três testemunhas de acusação. Entre elas, os dois delegados da DHNISG que estiveram à frente das investigações.

A primeira testemunha a ser ouvida ontem foi a delegada Bárbara Lomba, na época titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, que por mais de cinco horas falou sobre o início das investigações. Para a delegada, não há dúvida de que a ex-parlamentar foi a mentora do crime.

Segunda testemunha a ser ouvida, o delegado Allan Duarte Lacerda, responsável pela conclusão do inquérito sobre a morte do pastor Anderson do Carmo, destacou as contradições nas versões dos depoimentos da Flordelis durante a fase de inquérito, chegando a afirmar: " É impossível dizer que esse crime aconteceu sem a participação dela (Flordelis)".

Terceira testemunha a depor, Regiane Ramos Cupti Rabelo foi ouvida como informante. Antes da testemunha começar a responder às perguntas dos promotores do Ministério Público, os advogados de defesa de Flordelis apresentaram requerimento para impedir que ela prestasse depoimento sob a alegação de que Regiane estava sendo processada por Flordelis por calúnia. O pedido foi negado.

Julgamentos anteriores

Em 12 de abril deste ano o Tribunal do Júri de Niterói condenou outros quatro réus. O filho biológico de Flordelis Adriano dos Santos Rodrigues foi condenado a 4 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-PM Marcos Siqueira Costa, a 5 anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado; e a mulher dele Andrea Santos Maia, a 4 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. O filho adotivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a 2 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No dia 28 de abril, Ubiraci teve liberdade condicional concedida pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Em novembro de 2021, o Tribunal do Júri de Niterói condenou Flávio dos Santos Rodrigues a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Flávio, que é filho biológico da ex-deputada federal, foi denunciado como autor dos disparos de arma de fogo que provocaram a morte de Anderson. Na mesma sessão de julgamento, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a 9 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por comprar a arma usada no assassinato do pastor.

Defesa confiante

Fotógrafos e cinegrafistas foram impedidos de acompanhar a sessão
Fotógrafos e cinegrafistas foram impedidos de acompanhar a sessão |  Foto: Filipe Aguiar
 

Uma das advogadas de Flordelis falou com a imprensa e disse que está confiante. Segundo ela, supostas provas periciais foram desmentidas no primeiro dia de julgamento.

Além de Flordelis, serão julgados também, os filhos Marzy Teixeira da Silva, André Luiz de Oliveira e Simone dos Santos Rodrigues, e a neta Rayane dos Santos Oliveira.

Ontem, a defesa fez uma “barreira humana” para impedir que Flordelis fosse fotografada. Ela estava chorando bastante. Sem aplique, com os cabelos curtos e loiros, ela usou camisa branca, óculos e chinelos. 

Hoje, a entrada de parte da imprensa como fotógrafos e cinegrafistas, não foi autorizada. 

Em razão do número de réus, a expectativa é de que a sessão de julgamento se estenda até a próxima quinta-feira (10).

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