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Homem morto por bala perdida em Itaboraí completaria mais um ano de vida no dia 27

Funcionário de creche municipal foi atingido por disparo durante tiroteio em Visconde de Itaboraí

relogio min de leitura | Escrito por Renata Sena e Felipe Galeno | 20 de dezembro de 2022 - 14:35
Vítima tinha 61 anos e foi atingido próximo ao local onde trabalhava
Vítima tinha 61 anos e foi atingido próximo ao local onde trabalhava -

Faltava apenas uma semana para o aniversário de Geraldo de Almeida, que completaria 62 anos no próximo dia 27 de dezembro. Não lhe faltavam motivos para comemorar; estava bem de saúde, tinha uma família grande e feliz, e estava empregado há quase um ano como faxineiro em uma creche municipal em Itaboraí. Infelizmente, porém, uma bala perdida o impediu de comemorar a data de seu nascimento.

O homem foi morto na tarde da última segunda-feira (19/12), no bairro Visconde de Itaboraí. Ele foi atingido no peito próximo ao centro educacional onde trabalhava. O disparo veio de um confronto entre policiais militares e suspeitos que acontecia nas proximidades.

A filha mais velha da vítima, Daniele Barros de Almeida, de 41 anos, esteve no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo, na manhã desta terça (20/12), para realizar o reconhecimento do corpo. Segundo ela, a família já temia que algo assim acontecesse, por conta do histórico de tiroteios na região onde Geraldo trabalhava.

"A gente sabia que era um local de confronto. O medo dele era morrer de uma bala perdida, de sair de manhãzinha na bicicleta, pedalando, e correr o risco de levar uma bala perdida. Infelizmente, isso ontem aconteceu", lamenta a filha. Além dela, Geraldo também deixa outra filha, assim como quatro netas e uma esposa, com quem era casado há 41 anos.

"[Ele] era um pai de família exemplar, uma pessoa excelente, um trabalhador. Nunca perdeu um evento de família, um evento das netas", conta Daniele, que não esperava ter que se despedir do pai tão cedo: "Do que jeito que foi, a gente não esperava. Não estava doente, esbanjava saúde".

O tiroteio aconteceu próximo ao Centro Esportivo Municipal de Educação Infantil (CEMEI) Maria Luiza da Conceição. O faxineiro havia saído da creche para comprar algo para uma cerimônia de confraternização no trabalho quando foi surpreendido pelos disparos. "Teve um tiroteio, aconteceu aquela correria na rua, ele foi voltar a escola e não conseguiu voltar", explicou a filha.

O local do crime acabou sendo alterado por conta da ação da PM, que alegou precisar intervir na cena por conta da troca de tiros. A Polícia Civil afirmou que está escutando agentes do 35ºBPM (Itaboraí) e realizando diligências para apurar a autoria dos disparos.

A família, até o momento, não planeja tomar medidas judiciais sobre o caso. "Por enquanto a gente não pensa [em acionar Justiça], porque a gente não está sabendo. Só sabemos do que o povo fala, nada muito concreto. Por enquanto, estamos só tentando fazer um enterro digno para ele. Eles marcaram para irmos lá, para falarmos algo se a gente quiser. Mas depois a gente vai conversar em casa para ver se vale a pena, porque a gente sabe que não vai trazer ele de volta e só vai trazer dor de cabeça", conclui Daniele.

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