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Moradores do Pé Pequeno, em Niterói, continuam enfrentando problemas de segurança

Número de câmeras de segurança e cercas instaladas pelas residências do bairro só cresce

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 31 de dezembro de 2022 - 08:45
Residentes do bairro relatam casos de assaltos na rua e furtos em domicílios
Residentes do bairro relatam casos de assaltos na rua e furtos em domicílios -

Grades, câmeras e cercas - há dois meses atrás, a presença destes elementos na paisagem do bairro Pé Pequeno, em Niterói, já crescia. De lá para cá, o número de vezes que eles aparecem pelas casas da região só aumenta, conforme contam moradores, que seguem preocupados com o aumento dos problemas de segurança pública na região.

Os casos de roubos e furtos de material que pode ser revendido em ferros-velhos continua sendo uma das mais frequentes formas de ação dos criminosos locais, segundo relatos de quem vive no bairro. O aposentado Marcos Antônio, de 60 anos, explica que, além do mesmo tipo de crime, os suspeitos envolvidos também costumam ser os mesmos.

“São sempre os mesmos caras. Eles 'descobriram' o Pé Pequeno", lamenta o morador, que também colocou câmeras de segurança em sua casa após sofrer alguns incidentes. Ele explica que os próprios locais já identificam alguns trechos como os mais ‘tensos’ da região.

Período entre 2h e 5h da manhã costuma ser o mais perigoso, apontam moradores
Período entre 2h e 5h da manhã costuma ser o mais perigoso, apontam moradores |  Foto: Filipe Aguiar
  

Um deles é a Rua Macaé, que o morador classifica como o “ponto nevrálgico dos assaltos” no bairro. “Eles veem moças e idosos entrando pela rua ao lado e cercam eles na Macaé”, explica ele. Além dessa, o início da subida da Rua Maricá é outro ponto que costuma estar nas rotas dos assaltantes.

Os residentes do Pé Pequeno relatam que a presença da segurança policial até tem aumentado nos últimos dias. Entre as 5h da manhã e as 2h da madrugada, é comum que um ou outro agente da operação Segurança Presente apareça no local, garantem os moradores. O problema é que é no intervalo entre a madrugada e o início que mais costumam acontecer os casos de crimes - entre eles, a invasão de quintais e garagens.

Este, inclusive, é um dos mais temidos pelos niteroienses do bairro. O número de casas e até estabelecimentos já invadidos de surpresa, além dos registros de pessoas pulando grades e muros gravados pelas câmeras de segurança, assusta os moradores, que reagem como podem com os arames farpados e cacos de vidro no topo dos muros. 

Moradores apelam para vidro no topo dos muros e, em alguns casos, grades e sistemas de monitoramento
Moradores apelam para vidro no topo dos muros e, em alguns casos, grades e sistemas de monitoramento |  Foto: Filipe Aguiar
  

Outros vão ainda mais longe e colocam grades maiores para cobrir todo o espaço por onde invasores possam pular. É o caso de uma clínica de terapia na Rua Itaocara, que chegou a ser invadida duas vezes durante a madrugada e teve pertences roubados.

Com o aumento de casos como esse, crescem também a rotatividade de moradores e o número de casas à venda. Mesmo quem não pensa em se mudar, como é o caso de Dona Rosimere, de 63 anos, às vezes cogita pensar a respeito por conta dos sustos.

“Eu vinha descendo e um rapaz veio, passou por mim. De repente, eu ouvi: “Ei tia, tem uns dois reais’. Eu disse que não tinha, porque realmente não tinha nada na hora, estava indo para a academia. Aí ele começou: ‘Sua vagabunda, se eu quiser pegar [o dinheiro] agora, eu pego à força. Você não conhece o tamanho da minha faca, eu vou te estourar, te matar’”, relembra a moradora.

Ela só conseguiu escapar da ameaça depois de se esconder na casa de um vizinho. Outros amigos da vizinhança não tiveram a mesma sorte, ela afirma, antes de enumerar outros conhecidos que foram assaltados e ameaçados ou tiveram pertences furtados em casa.   

Marcas de tiro nas paredes revelam um pouco do clima de insegurança que tem rondado a região
Marcas de tiro nas paredes revelam um pouco do clima de insegurança que tem rondado a região |  Foto: Filipe Aguiar
 

Por fim, alguns casos terminam até mesmo em trocas de tiro, como revelam marcas de bala que aparecem discretamente, vez ou outra, em alguns dos muros por perto. A expectativa dos residentes do bairro é que, nos próximos meses, novas marcas como essas sejam evitadas.

Procurada, a Polícia Militar informou que o 12º BPM (Niterói) tem direcionado "roteiros de patrulhamento específicos no Bairro do Pé Pequeno, inclusive com o emprego de reforço em motopatrulhas e em equipes do PAMESP (Patrulha Motorizada Especial)".

"Os dados estatísticos do Instituto de Segurança Pública (ISP) demonstram que houve redução de 9,2% de roubo a transeunte, diminuição de 6,3% nos roubos a coletivo, declínio de 29,3% aos roubos em estabelecimento comercial, retração de 25,1% nos roubos a veículos e queda de 10,8% no indicador Roubo de rua, evidenciando uma brusca mudança no indicador Total de roubos de 19,1% a menos, quando comparados os períodos de janeiro-novembro de 2022 e janeiro-novembro de 2021 na área de policiamento do 12ºBPM", escreveu, em nota, a assessoria da corporação.

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