Anestesista preso teria cometido primeiro estupro em hospital de Saquarema
Médico colombiano também é investigado por produzir e armazenar pornografia infantil
Preso nesta segunda-feira (16), em sua residência na Barra da Tijuca, o anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, é acusado de estuprar pelo menos duas pacientes sedadas durante cirurgias. O caso é semelhante ao de Giovanni Quintella Bezerra, preso em julho de 2022.
Segundo divulgado pelo G1, as investigações da Dcav, que contou com apoio da inteligência da Polícia Civil, tiveram início em dezembro, a partir do compartilhamento de informações do Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil da Polícia Federal (PF).
Diante das suspeitas de vasta movimentação de arquivos pornográficos em posse do suspeito, foi autorizada a quebra de dados em compartimentos do celular dele, onde foram encontrados mais de 20 mil mídias de abusos infantis.
No entanto, três arquivos feitos pelo próprio médico chamaram a atenção dos investigadores.
Segundo o delegado titular da Dcav, Luiz Henrique Marques, pelos metadados dos vídeos, foi possível chegar à localização do suspeito no ato da gravação, identificando os hospitais e descobrindo os dias. Com as listas de pacientes operados nos dias, a polícia buscou características físicas e foi eliminando possibilidades até chegar às pacientes.
Os vídeos que Andres gravou foram mostrados às vítimas, que se reconheceram, mas não tinham ciência de que haviam sido estupradas.
A investigação constatou que o primeiro crime aconteceu no dia 15 de dezembro de 2020 no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, Região dos Lagos, durante a realização de uma cirurgia de laqueadura.
O segundo foi em 5 de fevereiro de 2021 em uma das salas de cirurgia do Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão, da UFRJ, durante um procedimento para retirada de útero.
Além dos estupros, Andres praticou os crimes previstos nos artigos 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (aquisição/posse/armazenamento de pornografia infantojuvenil) e 240 (produção de pornografia infantojuvenil). A Dcav instaurou um outro inquérito que foi remetido para a Vara Especializada em Crimes contra Criança e Adolescentes.
Ao G1, a direção do Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth informou que colaborou com a Polícia Civil na investigação que levou à prisão do anestesista. “Todas as informações solicitadas pela polícia foram levantadas e repassadas. O médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021”, informou.