"Desde ontem esperando a polícia vir tirar o corpo dele daqui" , lamenta mãe de jovem assassinado em Itambi
"Passei a noite espantando cachorro, porco, vigiando o corpo do meu filho", contou a mãe
"Desde ontem esperando a polícia vir tirar o corpo dele daqui. Passei a noite espantando cachorro, porco, vigiando o corpo do meu filho. É bandido, mas é ser humano. Eu tenho que enterrar meu filho, porque nenhuma mãe cria filho para morrer assim". O desabafo, aos gritos, é de Glaucileia Aparecida Silva , mãe do adolescente, de 17 anos, assassinado a tiros, próximo a uma boca de fumo, em Itambi, Itaboraí.
O caso aconteceu por volta das 21h, neste domingo (12), na Rua 62, na região conhecida como Boca do Fundão.
A vítima, que vestia roupa camuflada, colete tático, e acessórios para porte de armamentos, levou diversos tiros, um deles na cabeça, e morreu no local.
A mãe do jovem, dona de casa de 42 anos, questionou a demora da polícia em realizar os procedimentos para liberar a remoção do corpo para o Instituto Médico Legal (IML), de Tribobó, em São Gonçalo.
"Eles alegam que é área de risco. Mas se fosse um policial aqui eles teriam vindo tirar rápido? Quando eles matam pessoas daqui eles vem a qualquer hora. Meu filho faria aniversário amanhã, e agora será enterrado no dia que era pra completar seus 18 anos", desabafou a mulher, que é mãe de outros três jovens. A vítima era o caçula da família.
Na manhã desta segunda-feira (13), Policiais Militares do 35° BPM (Itaboraí) foram ao local com o auxílio do carro blindado da instituição. Logo após, agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo realizaram perícia criminal na cena do crime.
Segundo informações iniciais, o jovem pode ter sido executado por amigos do tráfico após desentendimentos. Contudo, a Polícia ainda não confirmou tal versão.
Questionada sobre a demora em chegar ao local do crime, a Polícia Militar respondeu que por se tratar de uma área conflagrada a perícia não pode ser realizada de madrugada.