Homem que submeteu funcionário a trabalho escravo acreditava estar ajudando, diz delegado
O caso aconteceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense
O homem preso pelo crime de submeter um funcionário à condição análoga a escravidão acreditava estar ajudando a vítima por tê-la abrigado em troca de seus serviços. O caso aconteceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense e a informação foi dada pelo delegado titular da 58ª DP (Posse), José Mario Salomão.
A prisão ocorreu nesta segunda-feira (27), em uma ação da Guarda Ambiental Municipal (GAM), que foi acionada após uma denúncia anônima. Os agentes estiveram no local, onde encontraram a vítima e o dono do terreno, que foram encaminhados para a delegacia.
Na terça-feira (28), equipes interditaram o terreno onde o trabalhador foi resgatado, na Rua Fidelis de Almeida, no bairro Carlos Sampaio, em Austin. No terreno, as equipes constataram uma série de irregularidades, como abate ilegal de animais, dispersão de vísceras na margem de um rio, contaminação do solo por vermes e comida em estado de putrefação.
Além de responder pelo crime de submeter um funcionário à condição análoga a escravidão, o homem também será investigado por possíveis crimes ambientais cometidos, como maus-tratos, atividade potencialmente poluidora e poluição do solo e de recursos hídricos.
De acordo com o delegado, a vítima relatou que aceitava as condições sub-humanas, porque não tinha onde morar, e o homem se aproveitava da situação para explorá-lo. "Esse indivíduo comia comida podre, os guardas municipais narraram que o cheiro era insuportável dentro da casa, que a lavagem estava recheada de larvas e cheia de moscas. Ele comia essa lavagem que dava para os porcos e bebia água do córrego, para onde escorria a urina e as fezes dos porcos, então, ele vivia numa situação muito degradante. Ele narra que, pelo menos, dois anos ele já estava lá nessa situação", disse Salomão.
A Prefeitura de Nova Iguaçu informou que uma equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) acolheu a vítima e ofereceu os primeiros cuidados básicos. A pasta também vai tentar localizar a família do homem resgatado.