MP-RJ inclui denúncia contra madrasta que envenenou os enteados
Acusada matou a enteada e envenenou irmão da vítima
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) incluiu na última quarta (19), no inquérito contra Cíntia Mariano Dias Cabral, a qualificadora motivo fútil, segundo a análise jurídica, o motivo fútil é de mínima importância, desproporcional à gravidade e intensidade do fato. Em relação ao crime em específico, a 1ª Promotoria de Justiça junto com a III Tribunal do Júri da Capital declarou que a denunciada desejava ter a atenção exclusiva dos filhos de Adeilson Jarbas Cabral, e a existência ‘’de filhos provenientes de outro relacionamento atrapalha o objetivo’’. A madrasta é acusada de morte por envenenamento da enteada e tentativa de homicídio contra seu enteado, irmão da vítima. Os dois, tinham respectivamente, 22 e 16 anos.
Os promotores alegam não haver dúvidas quanto à materialidade do crime, já que eles apresentam semelhanças entre si. ‘’Após os fatos, ambas apresentaram, como pontuado no relatório da autoridade policial, sintomas típicos de intoxicação exógena por carbamato (chumbinho), quando verificados de forma simultânea.’’
A 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) ouviu na última audiência de quarta-feira (19), duas vítimas. Uma delas, sendo a mãe das vítimas, Jane Carvalho, pediu por justiça. ‘’Chega de tanta impunidade. Minha filha não morreu em uma festa ou na rua. Ela morreu dentro de casa por uma mulher que era para proteger e educar, mas fez essa crueldade com ela. Chega da gente perder entes desta forma. Ela não era obrigada a amar a minha filha, mas era obrigada a proteger e não foi isso que ela fez. Ela morreu dentro de casa no lugar que era mais sagrado como hoje está acontecendo nos colégios e nas creches. Minha filha morreu assim. Covardemente e cruelmente".
O julgamento está previsto para ter uma nova etapa no dia 15 de maio, outras três pessoas intimadas serão ouvidas, além da própria acusada.
Relembre o caso
Cintia Mariano Dias Cabral envenenou sua enteada no dia 15 de março do ano passado, depois de 12 dias internada, Fernanda Carvalho veio a óbito no dia 27 do mesmo mês. A vítima deu entrada no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio após passar mal na casa do pai, onde morava sua madrasta. A jovem caiu no banheiro e apresentou dificuldades para respirar, a língua estava enrolada e a boca coberta por espuma.
Dois meses depois, em maio, o irmão de Fernanda, Bruno Carvalho, de 16 anos, foi acometido pelos mesmos sintomas, o jovem teria sido envenenado pela madrasta durante um almoço na casa do pai. Bruno chegou a ser internado, mas conseguiu sobreviver. Segundo a 33ª DP (Realengo), a madrasta teria colocado chumbinho na comida dos irmãos nos dias 15 de março e 15 de maio.