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Polícia Civil fecha mais um 'call center' do crime em São Gonçalo

Organização criminosa oferecia golpes de empréstimos consignados e renovação de contratos fraudulentos por meio de telefonemas

relogio min de leitura | Escrito por Lara Neves e Renata Sena | 26 de abril de 2023 - 14:01
Funcionárias foram presas em flagrante
Funcionárias foram presas em flagrante -

A Polícia Civil fechou mais um 'call center' especializado em aplicar golpes em aposentados e pensionistas, na tarde desta terça-feira (25), no Pita, em São Gonçalo. Foram presas em flagrante 14 pessoas, incluindo o responsável por toda parte de sistemas de informática utilizados pela organização criminosa para praticar as fraudes contra as vítimas.

 

Autor: Divulgação
 

O homem que fornecia a 'tecnologia' foi abordado pelos agentes da 72ª (Mutuá) quando se aproximou de carro do local da ação, na Avenida Dr. Pio Borges, e tentou fugir ao perceber a presença dos policiais nas proximidades do escritório. Ele é suspeito de implementar o sistema de informática que auxiliava nas fraudes de diversos 'call centers' do crime no município e de ministrar cursos aos membros de diversas organizações que atuam em outras cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo.

"Essa operação teve uma particularidade que foi o fato de conseguirmos identificar e prender o fornecedor do sistema, que é um discador que entra em contato com um outro que consegue compilar o sistema do INSS. O programa do preso consegue selecionar o alvo dentro do INSS, o perfil que se encaixe, e o próprio sistema liga para o alvo e o conecta com o operador do call center. Então a quadrilha oferece um cartão consignado com taxas, que para cancelar seria necessário documentos e uma selfie. A partir daí, eles pegam os empréstimos e realizam os outros golpes", afirma o delegado titular da 72° DP, Márcio Esteves.

Polícia apreendeu materiais utilizados no 'call center'
Polícia apreendeu materiais utilizados no 'call center' |  Foto: Divulgação
 

Segundo Esteves, o sistema do preso em si é um sistema legal e o problema é quando ele oferece o produto para que cerca de 40 escritórios fraudulentos o utilizem. "Não há como ele não saber o que os escritórios faziam. A empresa dele é legalizada, mas prestando serviço para uma organização criminosa ele acaba participando da ação".

O sistema de informática do acusado também permitiria que um maior número de vítimas fossem identificadas e enganadas pelos criminosos, e ele oferecia todo o suporte tecnológico, viabilizando operacionalmente a prática do golpe.

A organização criminosa consultava um banco de dados de clientes bancários, analisava empréstimos e margem disponível, e através de contato telefônico, enganava as vítimas com supostas vantagens. Geralmente, a vantagem oferecida seria de refinanciar o valor do empréstimo com juros menores, diminuindo o valor da parcela. No entanto, fraudulentamente, um novo empréstimo era contratado sem o consentimento da vítima.

As investigações agora tentar localizar o casal apontado como chefe do escritório e identificar as empresas envolvidas no esquema fraudulento que vem gerando grandes prejuízos principalmente a aposentados e pensionistas.

Os presos serão encaminhados à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP/RJ), onde ficarão à disposição da Justiça. Eles foram indiciados pela prática do delito de organização criminosa, crime que não possui fiança.

Sistema de premiação para funcionários

Além dos ganhos revertidos para o dono do sistema operacional, o escritório também funcionava com um sistema de premiação para os funcionários. Aqueles que batessem a meta de R$ 50 mil faturados por semana ganhavam o direito de tirar folga e 6% de lucro em cima do valor faturado.

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