Mulher morre após ser atropelada na região oceânica de Niterói
Família da vítima acusa motorista de atropelar Isabel após uma discussão com ela
"Ela só queria ajudar. Minha mãe é (era) do tipo que ajuda qualquer pessoa que ela ver que está precisando de ajuda. Ela foi perguntar se o cara estava bem, pois ele aparentemente não estava... E aí ele ligou o carro e engatou a ré e passou por cima da minha mãe. Ele foi, ouviu a pancada nela e voltou". A descrição de parte do crime que aconteceu no último dia das mães (14) é do filho de Isabel Cristina de Mendonça, de 49 anos, que morreu após ser atropelada duas vezes, na Rua São Sebastião, no Engenho do Mato, na Região Oceânica de Niterói.
Matheus Henrique, filho da vítima, contou que haviam passado o domingo em família de uma forma muito agradável e que, ao contrário do que chegou a ser veículado em alguns locais, não houve nenhuma briga de trânsito para incitar o atropelamento.
Ele contou que estavam voltando de uma lanchonete quando viram um homem dentro de um carro. "Ele não parecia estar bem e ela foi oferecer ajuda. Ele saiu do carro e ficou agredindo minha mãe com palavras. Aí eu fui intervir e entramos em briga corporal. Após a confusão ser separada, nós fomos para um canto da rua e eu percebi que ele estava com maldade. Cheguei a falar para minha mãe ir embora, para a segurança dela mesmo. Mas ele começou outra discussão e, depois de falar muitas vezes que estava armado, entrou no carro", relembrou Matheus.
O jovem acrescentou que, ao perceber que o homem iria pegar a arma, ele se jogou pela janela. "Eu pulei pela janela e consegui segurar a mão dele. Aí mantive a força para que ele não tivesse condições de atirar ou que ele soltasse a arma", explicou.
Contudo, após conseguir desarmar o homem, Matheus presenciou a pior cena possível. "Ele ligou o carro e engatou a ré. Passou por cima da minha mãe e quase acertou meu cunhado que estava junto. Ele foi, ouviu a pancada e voltou", recordou.
Após cometer o crime, o homem fugiu do local. A mulher chegou a ser socorrida para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo familiares, Isabel teve politraumatismo da região pélvica para cima. "A gente só quer justiça. Pois a forma brutal com que ela morreu é absurda. Morrer, todo mundo vai morrer. Mas como foi, ela não merecia. Não foi um atropelamento comum. Não tem como a pessoa que fez isso ficar impune", finalizou Isabela Vergilio, irmã da vítima.
Isabel foi enterrada na tarde desta terça-feira no Cemitério São Lázaro, em Itaipu, Região Oceânica de Niterói.
Investigação
O caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu) como lesão corporal. Após a morte de Isabel o caso passou a ser tratado como homicídio culposo, mas a polícia não descarta a possibilidade de tratar o caso como homicídio doloso. Nesta quarta-feira (17), policiais foram ao local do caso na tentativa de localizar imagens de câmeras de segurança da região que ajudem a identificar o autor.