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Caso de militar investigado por fraude no cartão de vacina aconteceu em Itaboraí; entenda!

Mauro Cid e Ailton Barros foram presos pela PF, no dia 3 de maio

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de maio de 2023 - 11:05
Ailton Barros e Mauro Cid
Ailton Barros e Mauro Cid -

A Polícia Federal obteve diálogos onde Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, pedia "tratamento vip" para Ailton Barros, militar da reserva. O pedido era para que o Ailton tivesse acesso ao ex-presidente em um evento que aconteceu em Itaboraí.

Cid e Barros foram presos, em 3 de maio pela PF, por suspeita de fraudar o cartão de vacinação em benefício de Bolsonaro. 

As conversas, obtidas com autorização da Justiça foram divulgadas pelo G1. Além disso, em outros diálogos,  Barros fala sobre o plano para um Golpe de Estado, onde manteriam Bolsonaro no poder. 

Mensagens - reprodução G1

Em janeiro de 2022, Mauro Cid troca mensagens de áudio com o servidor da Ajudância de Ordens, sargento Elizeu, sobre a ida do "Coronel Ailton” a um evento em que o presidente da República estaria presente.

Segundo a transcrição da PF, no diálogo, Mauro Cid afirma:

“Eu vou te passar o contato do coronel Ailton, tá? É um negão. Esse cara tem que ter tratamento VIP ai na chegada do presidente em Itaboraí, tá? Você pega ele, põe ele na cara do gol, quando o presidente estiver tocando o helicóptero, consegue um pinzinho pra ele, para ele, para ele transitar, tá? E, e, e tenta, tenta facilitar, sempre que você puder, a aproximação dele com o presidente”.

Cid continua a orientação. “Desde já, já pode botar ele no, no... pode ligar para ele, já está esperando para acertar o horário local tudo direitinho, onde vai ser... E ai, coloca ele na cara do gol, tá? No heliponto, onde o presidente estiver descendo”.

Sargento Elizeu responde: “Tá, eu vou providenciar tudo lá para ele. Estacionamento, a entrada e tudo mais. Lá... Aqui, no local onde eu estou, é uma visitação. No primeiro evento e um segundo evento, vai ser tipo uma palestra, mas é tudo no mesmo local. Vai ser só um PIN. Agora não sei se ele vai participar do outro evento na outra cidade né? Aí já é outro. Tem que ver essa guerra aí”.

Mais tarde, Ailton informa a Cid que foi procurado pelo sargento.

“Cidinho, o Eliseu já fez contato comigo. O elemento aí do que vai fazer o resgate já fez contato, já passei meus dados para ele e eu coloquei para ele se existe só a possibilidade, de repente, o meu carro fica lá dentro lá do, do, do gasoduto, né?"

Em seguida, Cid fala da possibilidade de estar no helicóptero.

"Existe a possibilidade de repente, de quando o governador enxergar a parada... Do governador me botar no helicóptero dele e me levar junto e ai por carros, vão ficar na rua até eu resgatar o carro no retorno. Ou no dia seguinte, e ai, se tivesse como o carro ficar dentro do estacionamento lá dos funcionários. Para mim era uma segurança, uma possibilidade, né? Acredito que remota, mas vai dentro da cabeça do governador: 'Deixa eu levar esse negão comigo aí'. Pelo menos o carro fica na segurança”.

As mensagens sobre golpe ocorreram em dezembro de 2022. Barros começa explicando o "conceito da operação":

"Conceito da operação. Então, hoje já é 0h59 de quinta feira, dia 15 de dezembro. É o seguinte: entre hoje e amanhã, sexta-feira, continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que ele tem que fazer", afirmou o ex-major.

Ele continua: "Até amanhã a tarde, ele [o comandante] aderindo bem, ele faça um pronunciamento. Então, é.. Se posicionando dessa maneira, para a defesa do povo brasileiro. E se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa, que você viu, né, eu não preciso falar, que está abalada, em todo o Brasil".

Mais adiante, no áudio, Barros afirma que "na segunda-feira tem que ser lida a portaria ou as portarias, o decreto ou os decretos de garantia da lei e da ordem e botar as Forças Armadas, cujo comandante do supremo é o presidente da República, para agir".

No material obtido pela PF, não aparece se Cid respondeu ao áudio.

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