Líder religioso da igreja Lagoinha é preso acusado de estupro de menores
O líder costumava receber jovens da igreja na casa onde morava com a esposa e o filha recém-nascida
Um líder religioso da Igreja Batista Lagoinha de Guarulhos foi preso, na última quarta-feira (7), acusado de estuprar adolescentes que frequentavam a célula que ele ministrava na igreja localizada na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.
De acordo com as investigações, Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos, seria o responsável por uma célula de crianças e adolescentes, um tipo de grupo que se reúne periodicamente nos lares de pessoas da própria igreja para compartilhar ensinamentos bíblicos e fortalecer a comunhão entre os membros. O líder costumava receber parte desses menores na casa onde morava com a esposa e o filha recém-nascida.
Segundo a polícia, Joilson levava os jovens para a casa dele, onde tinham conversas sobre temas íntimos, como sexo. O líder é acusado de chantagear as vítimas e as ameaçar de contar aos seus responsáveis sobre o consumo de pornografia caso os adolescentes não trocassem "favores sexuais" com ele.
A prisão do acusado foi solicitada após o início de uma investigação, que começou a partir de um boletim de ocorrência registrado por conta de uma acusação de estupro feita por um adolescente de 16 anos. No dia 1º de junho, o jovem teria ido até a portaria do condomínio de Joilson pedir ajuda pois teria sido violentado no apartamento do suspeito. A PM foi chamada e todos foram conduzidos até a delegacia.
Em seguida, outras duas menores, uma de 16 e outra de 13, foram ouvidas pela Polícia Civil. Elas relataram a prática do estupro por Joilson. Com os três casos, o delegado decidiu pedir a prisão do líder religioso. Outras testemunhas seriam ouvidas no caso.
A esposa do acusado relatou, em depoimento, que ouviu algumas vezes os atos sexuais realizados com os jovens, porém diz que não denunciou por depender financeiramente do marido, que trabalhava somente na igreja, e ser sozinha.
O pastor André Valadão, presidente da Lagoinha, se pronunciou publicamente e, inicialmente, afirmou que Joilson era apenas um membro da igreja, sem exercer uma função interna. Porém ele voltou atrás e reconheceu que o suspeito tinha um cargo de liderança na sede de Guarulhos. No entanto, Valadão continua negando que Joilson seja pastor, algo que chegou a ser veiculado em peças gráficas divulgadas pela igreja.
Em nota publicada nas redes sociais no último sábado (10), a Lagoinha expõe que, de forma imediata, teria adotado todas as medidas cabíveis junto à Polícia Civil e às famílias das vítimas, e que teria excluído definitivamente o acusado e a esposa da vida da Igreja.
"Frisamos para toda a Igreja em Guarulhos, para os membros de todas as nossas Igrejas e para a sociedade, o nosso comprometimento de estar lado a lado das vítimas e de suas famílias, prestando todo o apolo psicológico, espiritual e social necessários. Faremos o que for preciso para que esse dano seja, de alguma forma, transformado na vida de cada pessoa violada", diz nota assinada por André Valadão, pastor e presidente da Lagoinha.
Joilson não tinha anotações criminais e em sua casa foram apreendidos um colchão, passaporte, celular, computador e tablet, que serão analisados pela perícia. O caso é investigado pelo 5º Distrito Policial de Guarulhos.