Polícia conclui inquérito sobre morte do ator Jefferson Machado
Além dos dois autores presos, uma terceira pessoa foi indiciada
A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) concluiu o inquérito que investigou o desaparecimento, homicídio e ocultação de cadáver do ator Jefferson Machado, conhecido como "Jeff". Bruno de Souza Rodrigues e Jeander Vinicius da Silva Braga, autores do crime, estão presos e foram indiciados.
A vítima foi morta no dia 23 de janeiro deste ano. O registro de desaparecimento foi feito no dia 27 do mesmo mês, depois que familiares e amigos estranharam a falta de informações e contatos feitos pelo ator. Os agentes iniciaram as investigações, coletaram depoimentos, analisaram imagens de câmeras de monitoramento, realizaram trabalho de inteligência e identificaram dois suspeitos. A DDPA representou pelas prisões dos autores, que foram decretadas pela Justiça.
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Os policiais fizeram diversas diligências e, no dia 2 de junho deste ano, Jeander Vinicius da Silva Braga foi preso, no bairro Santíssimo, Zona Norte do Rio. Os agentes continuaram as buscas pelo segundo autor. Bruno de Souza Rodrigues foi detido durante ação conjunta de agentes da DDPA, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de policiais militares da UPP do Vidigal, no dia 15 de junho.
O inquérito concluiu que Jeff Machado foi morto por motivo fútil. Segundo as investigações, a vítima foi dopada, asfixiada e estrangulada com um fio de telefone. O corpo foi colocado em um baú do próprio ator, enterrado e concretado nos fundos de um imóvel no bairro Campo Grande, na Zona Oeste, alugado por Bruno, em dezembro de 2022, exclusivamente para ocultar o cadáver.
As investigações revelaram que Bruno dizia que era produtor de uma emissora de televisão e prometeu um papel em uma novela para a vítima. O ator efetuou pagamentos, no valor total de R$ 25 mil, para conseguir a vaga e não percebeu que estava sendo enganado. Após constatar que não conseguiria continuar mantendo a farsa e obtendo vantagens financeiras, decidiu matar Jeff Machado.
Após assassinar o ator, Jeander transportou o corpo até o imóvel alugado, onde o mesmo foi enterrado. Ele foi o responsável por abrir o buraco onde foi depositado o baú com o cadáver da vítima. A DDPA concluiu que Bruno tentou vender o carro de Jeff e efetuou compras com os cartões da vítima, totalizando R$ 7 mil. Os autores também furtaram telefones, notebook, jaquetas de couro e televisão do ator.
Ainda após a morte, os oito cachorros do ator foram encaminhados para um centro espírita, no bairro Palmares, onde permaneceram em condições de maus-tratos físicos e psicológicos. Depois, foram abandonados na rua, o que também despertou atenção dos parentes e amigos da vítima. O responsável pelo local foi indiciado pelo crime de maus-tratos a animais.
Para encobrir o assassinato, Bruno teve acesso ao telefone de Jeff e manteve contato com a mãe dele e amigos, se passando pelo ator. Ele também utilizou as redes sociais da vítima para fazer postagens falsas.
Segundo a DDPA, Bruno de Souza Rodrigues foi indiciado pelo cometimento de oito crimes: homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver; estelionato e tentativa de estelionato; furto; invasão de dispositivo informático; maus-tratos a animais e falsa identidade. Jeander Vinicius da Silva Braga foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e por impossibilidade de defesa da vítima; ocultação de cadáver e maus-tratos a animais; e o responsável pelo centro espírita foi indiciado pelo crime de maus-tratos a animais.