Investigação considera que túmulo de jovem foi invadido para fins ritualísticos
Delegado responsável pela investigação afirmou que invasão de túmulo, em Nova Iguaçu, foi feita para rito religioso
A investigação do caso de violação do túmulo de Sabrina Tavares, assassinada no ano passado em Nova Iguaçu, considera a hipótese do crime ter sido feita para a realização de um ritual religioso. Sabrina Tavares, de 31 anos, foi assassinada a tiros em agosto do ano passado. Funcionários do cemitério acionaram a família para notificar que o túmulo havia sido violado. Exames demonstraram que a cabeça da vítima foi removida, no Cemitério Iguaçu Velho.
O delegado responsável pela investigação na 58ª DP (Posse), José Mário Salomão, pensou inicialmente que se tratava de um crime motivado por vingança, no entanto, a hipótese foi descartada. Em entrevista ao jornal O Dia, o delegado disse que os indícios apontam outra motivação. "A investigação está caminhando no sentido de um rito religioso. No início consideramos algum tipo de revide, mas depois nos afastamos disso. Os indícios são típicos de ritual religioso. Deixaram garrafas e objetos", disse.
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Segundo o delegado, é provável que o criminoso não tenha agido sozinho já que teve que quebrar o túmulo, revolver a terra, posicionar as garrafas e ainda, retirar o crânio da vítima. De acordo com ele, o caso pode ser resolvido em até 30 dias.
De acordo com relatos da família e o inquérito policial, os restos mortais levados pelos criminosos foram substituídos por um objeto de barro. Os parentes tiveram notícia do ocorrido quando foram visitar o túmulo no dia 11 de abril, o que costumam fazer todo dia 11.
De acordo com a irmã, a família foi orientada a procurar a direção da Funerária São Salvador, responsável por administrar a sepultura. Ao acionarem a empresa, foram informados de que o caso havia sido registrado na 58ª DP e repetiram a informação de que o túmulo havia sido violado, sem detalhar o que de fato havia ocorrido. A família só soube que a cabeça da vítima havia sido levada quando saiu o resultado do laudo pericial.
Segundo depoimento dos funcionários do cemitério que identificaram a violação, dentro das garrafas de bebida havia papéis com os nomes de várias pessoas. O fato foi notado pelo funcionário por volta das 8h da manhã, logo no início do seu expediente, mas a família questiona a demora na comunicação do ocorrido.
Relembre o caso
Sabrina foi assassinada a tiros em agosto do ano passado quando teve a casa invadida por dois homens armados. A mãe dela, Fátima de Azevedo Tavares, também ficou ferida no ataque, mas fingiu que estava morta para sobreviver. O caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios e um suspeito foi preso em 16 de dezembro, o ex-cunhado da vítima. O homem foi capturado no Bairro da Luz, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Contra ele foi cumprido um mandado de prisão temporária pelos crimes de feminicídio e tentativa de feminicídio.