Polícia ouve testemunhas do incêndio que matou fisiculturista e caso ganha novas versões
Vizinhos contestam a versão dada pela esposa da vítima e revelam terem ouvido brigas entre o casal horas antes de perceberem as chamas
O caso do incêndio que matou o fisiculturista Hugo Sérgio Andrade do Nascimento, de 30 anos, e teve como possível causa divulgada, um curto-circuito na tomada da televisão do apartamento, ganhou novas versões. De acordo com vizinhos, que testemunharam o incêndio, a versão contada pela esposa do fisiculturista não é verídica, e na verdade, foram os vizinhos que salvaram a filha do casal.
Na última terça-feira (1º), o G1 divulgou um vídeo das câmeras do corredor do edifício, que mostra Larissa Mello Viana Silveira, esposa de Hugo Sérgio, saindo sozinha, desesperada, do apartamento em chamas. Logo depois, uma nuvem de fumaça preta invade o ambiente e impede a visibilidade das câmeras de segurança.
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Além do vídeo, foram divulgados também, relatos de vizinhos, que acompanharam toda a movimentação, e contaram uma versão diferente da que está sendo divulgada pela esposa. Segundo as testemunhas, quem resgatou a filha do casal, na verdade, foi um dos vizinhos, que conseguiu entrar no apartamento e, ao ouvir a menina gritar, conseguiu localizá-la, apesar da baixa visibilidade e do calor muito intenso.
O vizinho disse ainda que Hugo e a filha estavam em cômodos diferentes, ele no quarto, e ela na cozinha, e que ao entrar na residência, não ouviu a voz de Hugo em momento algum. Ele acredita que a declaração de que as chamas tenham começado por um curto-circuito não seja real, uma vez que tudo aconteceu muito rápido e todos os móveis queimavam ao mesmo tempo.
Além disso, o homem, que acabou tendo suas mãos queimadas ao salvar a menina, contou que horas antes, foi possível ouvir o casal brigando dentro do apartamento. Larissa afirmou que o casal estava dormindo quando o apartamento pegou fogo.
Outras testemunhas afirmaram terem visto Hugo Sérgio na varanda, tentando se jogar da sacada do apartamento, e Larissa gritando para que salvassem sua filha. Disseram também que as brigas entre o casal eram frequentes, e que inclusive, ouviram no dia do incêndio.
Na última quinta-feira (3), a síndica do prédio e um vizinho foram ouvidos pela polícia, na 32ª DP, na Taquara. Larissa, que também deveria ter prestado depoimento na quinta-feira, informou que não poderia comparecer por estar fora da cidade. O depoimento da viúva segue sem data confirmada.
De acordo com as autoridades, o laudo pericial tem um prazo de 15 dias para ficar pronto, e será a partir dele que a causa do incêndio será definida.
O caso aconteceu no último sábado (29), no Anil, na Zona Oeste do Rio, e, segundo a versão que está sendo contada por Larissa, ao perceber que o imóvel estava em chamas, Hugo correu para retirar a filha do local, e depois voltou para buscar o cachorro da família, quando acabou ficando preso e morreu. A filha do casal segue internada no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, em estado grave.