Viúva Negra procurada pela Interpol negocia imóvel no Rio
Heloísa Borba teria tentado passar imóvel para o nome da filha
Uma das criminosas mais procuradas do mundo, a advogada Heloísa Borba Gonçalves, a Viúva Negra, de 73 anos, pode ter dado pistas de seu paradeiro após passar cerca de três décadas foragida. A mulher teria participado de uma negociação por um imóvel na Zona Sul do Rio de Janeiro, segundo informações publicadas pelo portal "Uol" neste sábado (12/08).
De acordo com o veículo, a negociação envolveu a passagem de uma procuração da escritura de um apartamento em Ipanema para sua filha. Ela teria ligado, em 2021, para um cartório do 15º Ofício de Notas para fazer o pedido. O problema é que ela constava como casada com Nicolau Saad, morto em 1991, em um documento, e como viúva em outro.
Representantes dela chegaram a retificar o estado civil da advogada para divorciada, incluindo o documento do divórcio de outro casamento de Heloísa. Apesar disso, o 5º Registro-Geral de Imóveis reconheceu irregularidade na documentação e entrou com uma ação na Justiça, que teve sentença confirmada em junho desse ano.
Na sentença, a Vara de Registros Públicos da cidade do Rio decidiu não dar continuidade ao registro e impedir a transação do apartamento, com base nas irregularidades em relação às exigências legais que a negociação exige.
Por mais que tenha dado "sinais", o paradeiro exato de Heloísa segue um mistério. Há indícios de que a criminosa esteja vivendo nos Estados Unidos, na região da Florida, onde dois de seus filhos tem moradia.
Histórico de crimes
A reputação de Viúva Negra da advogada gaúcha data dos anos 70. Em 1971, quando Heloísa tinha 21 anos, seu namorado, o médico alemão Guenter Joerg Wolf, de quem estava grávida, morreu em um acidente de trânsito. Desde relacionamento, nasceu sua primeira filha e herdou a primeira casa.
Alguns anos depois, em 1977, seu outro namorado, o também advogado Carlos Pinto da Silva, a acusou de ter ordenado um atentado a tiros que ele sofreu. Carlos levou cinco tiros, mas sobreviveu. Mais tarde, o caso foi arquivado na Polícia.
Eal foi viúva oficialmente em 1983, quando seu marido, Irineu Duque Soares, foi morto a tiros após uma perseguição em Magé. O suposto autor dos disparos morreu no mesmo dia, mas Heloísa chegou a ser investigada.
O terceiro companheiro morto foi o milionário Nicolau Saad, este vítima de uma parada cardíaca. Ele era 30 anos mais velho que Heloísa. Já o quarto, o coronel Jorge Ribeiro, foi vítima de homicídio duplamente qualificado, em 1992. Por este, Heloísa foi condenada a 18 anos de prisão, acusada de participação como mandante do crime e de ter facilitado a fuga do assassino.
Poucos meses depois, seu novo namorado, o comerciante libanês Wagih Elias Murad, de 84 anos, foi vítima de um atentado a tiros na Zona Oeste do Rio. Heloísa também é acusada de falsidade ideológica por um casamento bígamo e inconsistências nos registros dos filhos.
Ela é procurada pela Interpol e, segundo realtos, estaria morando nos EUA, com o nome Heloísa Saad Lopez, misturando o sobrenome deum dos maridos mortos com o do atual companheiro nos EUA.