Golpista da OLX causa prejuízo de R$ 750 mil a clientes
Conhecida como Golpista da OLX, Viviane Pereira dos Santos responde por autoria de crimes em 44 ocorrências de janeiro a agosto de 2023
Conhecida como Golpista da OLX, a vendedora de carros Viviane Pereira dos Santos, de 37 anos, teria causado prejuízos de R$ 750 mil às vítimas, apenas de janeiro a agosto deste ano. A suspeita de estelionato foi presa preventivamente na segunda-feira (4).
A prisão ocorreu seis dias após a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) preparar um extenso dossiê sobre a golpista. Segundo o Relatório de Investigação nº 359, só em 2023, 44 ocorrências foram registradas denunciando Viviane como estelionatária.
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De pequenos valores, como R$ 1 mil, até R$ 70 mil, a golpista somou quantias que chegam perto de R$ 1 milhão, em 60 ocorrências em que ela é a autora dos crimes, desde 2021. O documento ainda aponta que atos ilícitos são um meio de vida para Viviane.
“Após mais de 60 ocorrências policiais registradas, observa-se que ela faz disso o seu principal meio de vida, seu trabalho é dar golpes em vítimas/clientes”, consta no relatório.
Em outro trecho, o dossiê policial segue na mesma linha. “A reiteração da conduta da investigada demonstra o seu meio de vida, em que o montante somado constata ser de um valor altíssimo, produzindo um lucro ilícito para Viviane exorbitante, em prejuízo das diversas vítimas”.
Golpe no dia da operação
No dia 30 de junho, Viviane foi alvo da 'Operação Gasoline', contra a loja de carros Fort Veículo, na Cidade do Automóvel, que praticava crimes de estelionato. Ainda assim, ela não se inibiu e continuou a agir de forma fraudulenta. No mesmo dia, poucas horas após a operação ser deflagrada, a vendedora de automóveis aplicou um golpe com prejuízo de R$ 37 mil.
A nova vítima teria ido à concessionária para comprar um carro e ficou acertado pagar a quantia em três parcelas de R$ 10 mil e em uma de R$ 7 mil. Todas por Pix em depósitos diários.
Após o quarto dia de pagamento, a vítima foi à concessionária buscar o carro que tinha comprado. Quando o cliente chegou ao estabelecimento, segundo o boletim registrado, Viviane teria dificultado a venda, “dizendo que o automóvel estava em uma oficina para realizar um conserto de lanternagem”.
A vítima ligou para oficina apontada por Viviane e tomou conhecimento de que o veículo comprado não estava no local. Segundo investigações da Polícia Civil, no mesmo dia em que foi alvo de busca e apreensão, a golpista usou o dinheiro da vítima para comprar um iPhone na Feira dos Importados.
Com os bens bloqueados, Viviane orientava a vítima a depositar em contas de funcionários.
Prática conhecida
O método usado pela golpista também é conhecido pela polícia. Ela aborda as vítimas em sites, como OLX, e identifica quem quer vender ou comprar veículos. Em seguida, a vendedora se apresenta como uma ponte entre o anunciante e um possível comprador.
Viviane se aproveitava da estrutura do comércio para enganar as vítimas. “Trata-se de uma loja física de grande porte, com vários carros no local, inclusive de luxo, o que passava muita credibilidade aos clientes, induzindo-os a caírem no golpe”, destaca a investigação.
Para disfarçar, Viviane tinha o hábito de mudar o nome da loja. A empresa teve o CNPJ de Vivi Mulitmarcas, com o nome fantasia W Serra Multimarcas. A loja fechou, e ela abriu em seguida Alvo Multimarcas, que também fechou. Depois, ela trocou por Gasoline e, em seguida, Fort Veículos.
“As empresas, apesar de possuírem diferentes nomes fantasias, possuem o mesmo CNPJ. Diante dessa conduta, observa–se que as lojas físicas com o nome fantasia são fechadas, após breve período de existência, e os nomes são trocados justamente porque as empresas ficam com uma má reputação diante de tantos golpes que comete”, acrescenta o dossiê.
Ao longo da "carreira" de golpista, a investigada já assinou 12 termos circunstanciados em que é autora de crimes de ameaça, injúria, lesão corporal, entre outros.
Por fim, o relatório ainda conclui que Viviane tem conhecimento da profundidade das investigações. “Fechou sua loja física e deve estar se desfazendo de bens ou valores que possam ser alienados para diminuir o prejuízo das vítimas, bem como destruindo provas, tudo que demonstra o perigo à ordem pública e financeira”, finaliza o documento.