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Homem fica de cueca após ser agredido por PM em Niterói; Vídeo!

Briga foi registrada em vídeos e divulgada nas redes sociais

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 20 de setembro de 2023 - 11:56
Sem conseguir dormir, sem ter coragem de voltar a trabalhar e convivendo com a esposa que passou a ter dores pelo corpo, desencadeada pelo estresse, a vítima procurou ajuda jurídica
Sem conseguir dormir, sem ter coragem de voltar a trabalhar e convivendo com a esposa que passou a ter dores pelo corpo, desencadeada pelo estresse, a vítima procurou ajuda jurídica -

Após 15 anos atuando como cobrador de van, Renato de Souza Boechat, de 42 anos, teve a oportunidade de ascender na profissão e, há seis, passou a atuar como motorista do transporte alternativo. Casado, pai de três, e apontado como profissional exemplar, o homem, que afirma nunca ter se envolvido em acidente de trânsito, viu sua vida mudar após um policial o agredir, coagir e rasgar suas roupas, o deixando só de cueca no meio da rua. 

O caso ocorreu quando um sargento da PM, lotado no 12º BPM (Niterói) acusou o motorista de ter batido em seu carro, no último dia 02 de setembro, na Rua Mariz e Barros, em Santa Rosa, Zona Sul de Niterói. 


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“Ele vinha atrás da van e pediu passagem. Logo em seguida ele me ‘cortou’ e fechou o trânsito, parando o carro dele na minha frente. Ali ele já veio gritando que eu tinha arranhado o carro dele, que tinha arrancado o retrovisor, sendo que estava lá. Eu nem bati no carro dele”, contou o motorista, que foi retirado de dentro do seu veículo pelo policial, que vestia roupa social no momento do caso.

“Ele foi para a porta do meu carro e começou a gritar que era policial. Ameaçava, pediu meu documento. O tempo todo me coagindo”, relembrou. 

Embora já tenha passado alguns dias do ocorrido, o profissional segue muito abalado e ainda não conseguiu voltar a trabalhar. Se o medo que sentiu no momento o fez esquecer algumas das coações sofridas, vídeos, com áudios, feito por testemunhas, o estão auxiliando a buscar seus direitos. 

Em um dos vídeos é possível ver o sargento da PM arrancando pela camisa o motorista de dentro do veículo. Com dedo no rosto da vítima, o policial afirma que ele bateu em seu carro. Já em outra imagem, é possível ver a camisa de Renato no chão, e ele já aparece só de cueca, meia e sapato. 


Autor: Divulgação | Descrição:

“Quando ele puxou, rasgou a camisa e depois arrebentou a parte de cima da minha calça, e ela caiu e ficou presa no meu pé. No meio dos gritos e da proximidade dele eu fiquei com medo de abaixar para pegar a calça e só passei o pé por ela, me livrando da peça”, recordou o motorista, que afirma que chegou a falar para o policial que se tivesse batido no veículo pagaria. 

“Eu falei que se tivesse batido, pagaria o prejuízo. Mas, eu não bati. Nos vídeos dá para ver o carro inteiro, até com o retrovisor no lugar, mesmo com ele falando que eu tinha arrancado o retrovisor dele”, afirmou.

Sem conseguir acalmar a situação, mesmo com três pessoas dentro da van, e diversos populares, que se aglomeraram para ver o ocorrido, policiais militares foram chamados e, mais uma vez, o sargento agiu rudemente com seus colegas de farda. 

Em um dos vídeos é possível ouvir o sargento questionando se os policiais iriam ficar contra ele, que também era da corporação. Depois, ele questiona se os PMs iriam realmente chamar a supervisão para uma pessoa da casa. Os policiais chamaram a supervisão e encaminharam todos os envolvidos para a 77ª DP (Icaraí), onde o caso foi registrado como injúria e lesão corporal leve. 

Sem conseguir dormir, sem ter coragem de voltar a trabalhar e convivendo com a esposa que passou a ter dores pelo corpo, desencadeada pelo estresse, a vítima procurou ajuda jurídica. 

“No momento queremos saber porque não foi feito um exame de alcoolemia nos dois, tendo em vista que poderia gerar uma questão flagrancial. O próprio Renato narrou que se colocou à disposição para fazer o exame. E outra coisa é do porque não foi feito exame de corpo de delito. Estamos acompanhando o caso e prestando toda ajuda necessária a vítima. Imagens de câmeras de monitoramento da região também serão analisadas pela polícia, onde será possível provar que não houve batida. A polícia também já ouviu as testemunhas do fato”, explicou o advogado Thiago Oliveira, membro do corpo jurídico que acompanha o caso. 

Questionadas sobre a falta de realização do exame de alcoolemia, as polícias Civil e Militar não comentaram o caso. 

Já em relação ao andamento da apuração, a Polícia Militar informou que “na noite de domingo (03/09), policiais militares do 12° BPM (Niterói) foram acionados para uma ocorrência de acidente de trânsito na região de Santa Rosa, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com o comando da unidade, uma van que realizava o serviço de transporte alternativo de passageiros atingiu o carro de um policial militar que estava de folga no momento do acidente. Após uma discussão entre as partes, ambos foram conduzidos à 77ª DP (Icaraí). O Comando do 12° BPM (Niterói) instaurou um procedimento apuratório para analisar as circunstâncias do fato”.


A Polícia Civil disse, também em nota que “De acordo com a 77ª DP (Icaraí), a vítima foi encaminhada para exame de corpo delito, as imagens de câmeras de segurança foram requisitadas para análise e testemunhas foram ouvidas. O caso foi enviado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim)”.

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