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Policial federal é acusado de racismo contra entregador no Rio

Suspeito teria ameaçado motociclista com arma e chamado-o de "preto safado" e "ladrão"

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 24 de setembro de 2023 - 17:05
Escrivão da PF e entregador foram ouvidos pela 12ª DP (Copacabana), que registrou o caso
Escrivão da PF e entregador foram ouvidos pela 12ª DP (Copacabana), que registrou o caso -

Um agente da Polícia Federal foi acusado de ofender um entregador com injúrias raciais em Copacabana, Zona Sul do Rio, durante a noite do último sábado (29/09). Thiago Santos Silva, motociclista à serviço de um aplicativo de entregas, afirmou ter sido ameaçado e chamado de "preto safado" e "ladrão" pelo escrivão de uma Delegacia da PF, Alexsander Canto Mielke.

Thiago contou que foi ao endereço do policial, um prédio em Copacabana, para entregar um pedido feito pela plataforma Zé Delivery. Ao chegar no local, Alexsander teria dito ao porteiro que o entregador deveria subir até seu apartamento para fazer a entrega e para que ele realizasse o pagamento. Só que, segundo Thiago, uma das normativas previstas pelo aplicativo determina que os motociclistas parceiros realizem as entregas na portaria.


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O entregador decidiu subir mesmo assim e, ao chegar na porta do apartamento, informou ao agente a respeito da regra do aplicativo. Foi aí, de acordo com o relato, que Alexsander começou a ofendê-lo, respondendo à informação com injúrias racistas. O policial teria se alterado e sacado uma arma de sua cintura, ameaçando "explodir" o entregador, antes de realizar o pagamento do pedido.

Por fim, conforme contou Thiago, o homem pagou e se despediu chamando-o de macaco mais uma vez. O entregador informou o episódio a seu patrão. Colegas dele foram até a rua do acusado protestar contra o incidente e a Polícia Militar foi acionada. Ambos os envolvidos foram levados para a 12ª DP (Copacabana), onde prestaram depoimento.

Na unidade, o acusado, que trabalha na Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários (Deleprev), negou ter chamado o homem de "preto" ou de "ladrão". Ele admitiu ter exigido que o entregador subisse até seu apartamento, mas disse que foi Thiago quem subiu alterado e que só segurou sua arma "por temor e ação de cuidado”, já que “o entregador tratava-se de indivíduo enorme, com compleição física avantajada", segundo sua descrição.

Os dois homens foram liberados e o caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.

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