Mulher de motorista morto no Caramujo nega que ele descumpriu as 'leis' do tráfico
"Estão dizendo que meu esposo não ligou o pisca alerta e que não abriu os vidros, é mentira", diz viúva de Renan
"Estão dizendo que meu esposo não ligou o pisca alerta e que não abriu os vidros, é mentira! Meu marido era trabalhador, alegre, estava sempre sorrindo. Adorava fazer as coisas dele e vivia intensamente. Quem tirou a vida dele foi um covarde, pois o carro estava todo aberto, o alerta ligado… isso é mentira. Ele estava acostumado a trabalhar em aplicativo e entrar nesses lugares. O que fizeram com ele foi covardia”.
Ainda muito abalada, Thaís de Araújo Abreu, viúva de Renan Martins Sodré, de 34 anos, - motorista de aplicativo, executado no último sábado (23), no Caramujo, em Niterói, enquanto trabalhava-, uniu forças e gravou um vídeo para explicar que as ‘acusações’ feitas por criminosos, que divulgaram um texto para justificar o crime, eram falsas.
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Segundo informações, bandidos teriam atirado na vítima, pois ele não teria cumprido as ‘leis’ do local, contudo, segundo testemunhas, o homem estava com vidros abertos e pisca ligado, contrariando o texto divulgado.
“Isso foi um bandido safado que acha que manda em tudo que é lugar. Eles não têm amor nem a própria vida. Ele acabou com minha família. Eu tenho uma filha de 14 anos que está em choque. Uma pequenininha, de cinco anos, que nem sabe ainda e eu nem sei como falar isso para ela. E eles querem botar a culpa porque ele não ligou o pisca alerta e isso é mentira!”, disse a viúva.
Renan, segundo amigos, estava se preparando para comemorar os 15 anos da primogênita. Apontado como um homem feliz, a morte prematura do trabalhador causou comoção na internet e revolta na classe profissional.
“Está cada dia mais difícil trabalhar para levar o sustento para casa. No asfalto a gente é assaltado, na favela a gente leva tiro”, desabafou Carlos Souza, 39 anos, que também trabalha como motorista de aplicativo.
O profissional, que deixou esposa e duas filhas, foi enterrado no último domingo (24), no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo.
“Eu quero justiça. Ajudem a gente a achar esse infeliz que fez essa maldade com meu esposo. Ele tirou de mim meu esposo, meu amigo, meu companheiro e um paizão. Todo mundo gostava dele e se alegrava com ele. Ele fazia a alegria de todo mundo. Eu só peço justiça”, finalizou Thaís.