Modelo que caiu de terceiro andar em boate na Lapa pode ter sido vítima de homicídio
Em um boletim médico divulgado recentemente, foi apontado um corte de arma branca no abdômen de Suede Oliveira Junior
A morte do modelo Suede Oliveira Junior, de 44 anos, que caiu do terceiro andar de uma boate na Lapa em agosto, voltou a ser investigada após um boletim médico do Hospital Souza Aguiar apontar um possível corte por arma branca no abdômen do modelo. Até então, o caso, que aconteceu em uma boate na Lapa, em agosto, estava sendo tratado como um acidente, mas com a nova descoberta, a morte de Suede passa a ser investigada como homicídio.
Conforme informações da 5ª DP (Mem de Sá), a perícia foi realizada no dia da morte de Suede, no local onde o suposto acidente teria acontecido. Ao todo, foram ouvidas seis pessoas, incluindo funcionários e o dono da Street Lapa, boate em que a queda aconteceu. Além disso, imagens das câmeras de segurança foram coletadas e familiares da vítima prestaram depoimento à polícia. Até então, o caso era investigado como um acidente.
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No entanto, a história pode ter tido uma reviravolta, após um boletim médico divulgado recentemente pelo hospital onde Suede chegou a ser internado, que apontou um corte feito por arma branca. Segundo a necropsia, o modelo teria morrido em decorrência de uma hemorragia interna e outras complicações, ocasionadas pela queda do modelo, mas um ferimento de arma branca não chegou a ser mencionado, o que levantou novas dúvidas sobre a verdadeira causa da morte de Suede.
A partir desta revelação, a 5ª DP divulgou que deve ouvir a médica responsável por examinar a vítima, para esclarecer o possível corte e entender se ele poderia ter provocado ou contribuído para a morte do modelo. A polícia também deve ouvir os parentes de Suede novamente, além de solicitar um novo laudo do IML para obter mais informações sobre o ferimento.
Durante as investigações, foi concluído que Suede não teve nenhum bem roubado ou movimentação bancária que pudesse levantar suspeitas. Foram analisadas também as imagens de segurança do local, em que é possível ver o momento da queda do modelo, além dele descendo as escadas sozinho sem aparentar nenhum sinal de violência.
Quem está indignada com a revelação de que existe a possibilidade da morte de Suede se tratar de um homicídio é a família do modelo, que tem se perguntado como a Polícia Civil pode ter deixado passar o boletim médico feito pelo hospital. "Isso me deixou impactada porque segundo a Polícia Civil, a possibilidade de crime havia sido descartada. Me incomoda o fato da própria polícia não ter pegado o boletim médico no Souza Aguiar, foi a gente que foi lá e conseguiu acesso. Agora estamos aguardando o atestado do Instituto Médico Legal (IML) para confrontar", disse a mãe da vítima, Ednalda Maria de Oliveira, em entrevista ao Dia.
Ela ainda expôs que a casa de eventos não tinha licença para funcionar e era um local inseguro para os frequentadores, o que pode ter sido decisivo para a morte de seu filho."A casa não tinha licença para funcionar, não tinha segurança. No laudo tem essa perfuração por arma branca e a gente se pergunta: "o que será que aconteceu?" A boate, além de não ter licença, não tinha guarda-corpo, sinalização de emergência… se a casa não estivesse funcionando ele não estaria lá e não teria morrido pela queda", finalizou.