Após assassinato de médicos no Rio, MPRJ e PF estão acompanhando as investigações
Um dos mortos era irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que exigiu "imediata e profunda investigação" do crime
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Federal se uniram à Polícia Civil para acompanhar as investigações do assassinato de três médicos em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (5).
O grupo de ortopedistas estava no Rio de Janeiro para participar de um Congresso no Hotel Windsor, onde estavam hospedados, e haviam saído na noite da última quarta-feira (4) para jantar em quiosque na frente do hotel. Por volta da 1h da manhã, o grupo foi surpreendido por três bandidos armados e encapuzados, que dispararam pelo menos 33 tiros contra os médicos, sem falar ou levar nada. Três dos quatro médicos atingidos morreram, e um deles está internado.
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Segundo determinação do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a Polícia Federal irá acompanhar o caso de perto, uma vez que existe a "hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais", já que um dos médicos mortos, Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que é casada com o também deputado, Glauber Braga (PSOL-RJ).
Em suas redes sociais, Flávio Dino escreveu: "Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares".
O ministro informou ainda que o secretário-executivo da pasta, Ricardo Capelli, irá ao Rio de Janeiro para acompanhar de perto a fase inicial da investigação da Polícia Civil, e que se deve reunir com o governo do estado e os dirigentes da PF para tratar do caso.
Já em uma nota do Ministério Público, foi divulgado que a investigação do crime também será acompanhada pela instituição.
"O procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Luciano Mattos, determinou a imediata distribuição da notícia da morte dos médicos ortopedistas baleados na madrugada desta quinta-feira (05/10) em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital. A determinação foi feita ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Investigação Penal. Com a livre distribuição para um promotor de Justiça natural, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) passa a acompanhar as investigações conduzidas pela Polícia Civil.", comunicou o MPRJ.
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que é irmã de uma das vítimas, divulgou, junto do marido, Glauber Braga (PSOL-RJ), uma nota em que revelam estarem devastados com o assassinato do irmão de Sâmia. Por estar enfrentando um momento familiar delicado, a nota foi publicada por meio da deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), "delegada" pelo casal para responder à imprensa.
No pronunciamento, Fernanda contou que Sâmia está "devastada" com a perda do irmão, assim seu companheiro, Glauber Braga. Além disso, a deputada ressaltou que "tudo indica que se trata de uma execução" e comunicou que a família exige "imediata e profunda investigação" do crime.
Sâmia e Glauber receberam a notícia em Brasília, de onde deve sair para viajar a São Paulo, onde o médico deve ser velado e sepultado.
Leia a nota na íntegra:
"Hoje acordamos com a notícia estarrecedora do assassinato de Diego Ralf Bomfim, irmão da companheira e deputada federal Sâmia Bomfim, e mais dois médicos que estavam com ele, Marcos de Andrade Consato e Perseu Ribeiro Almeida. Nos solidarizamos com todos os familiares de todas as vítimas desse crime bárbaro.
Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento.
Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores.
Já pedimos ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o acompanhamento do caso pela Polícia Federal e estamos formalizando a solicitação com o ministério.
Fernanda Melchionna, delegada por Sâmia Bomfim e Glauber Braga"