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Suspeitos de matar médicos são encontrados mortos no Rio

Os criminosos teriam confundido uma das vítimas com um miliciano que morava na região

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 06 de outubro de 2023 - 11:27
Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Nunes de Almeida, o Ryan foram encontrados mortos na noite da última quinta-feira (5)
Philip Motta Pereira, o Lesk, e Ryan Nunes de Almeida, o Ryan foram encontrados mortos na noite da última quinta-feira (5) -

Quatro homens foram encontrados mortos dentro de carros na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na noite da última quinta-feira (5). De acordo com os policiais da Delegacia de Homicídios (DH), os corpos são dos suspeitos de terem executado um grupo de médicos por engano em um quiosque da Praia da Barra da Tijuca, na madrugada de quinta-feira.

Dentre esses quatro corpos, localizados pela DH com o apoio da inteligência da Polícia Civil,  três estavam em um carro na Rua Abrahão Jabour, próximo ao Riocentro, e o quarto estava em outro carro, na Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul. Dois já foram identificados pelas autoridades e foram confirmados como suspeitos de terem participado do ataque aos quatro médicos, que deixou três mortos e um gravemente ferido. Os outros corpos serão identificados pelo Instituto Félix Pacheco.


Leia mais sobre o caso:

Vídeo: Três médicos paulistas são executados em um quiosque na Barra da Tijuca

Médicos teriam sido confundidos com milicianos, segundo investigação


Até o momento, os identificados são: Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk, que foi encontrado sozinho em um carro na Gardênia, e Ryan Nunes de Almeida, que era chamado apenas como Ryan, e estava em outro carro com outros dois mortos, ainda não identificados.

Lesk era foragido da Polícia desde setembro de 2019, quando teve sua prisão preventiva decretada por associação ao tráfico de drogas. Desde então, ele se tornou suspeito de ter sido um dos responsáveis por iniciar uma guerra entre traficantes e milicianos na Zona Oeste, para obter o controle de negócios irregulares em nove comunidades da região. Lesk era acusado de diversos crimes, tanto pela participação em um grupo paramilitar, quanto em uma facção do tráfico.

Já seu braço direito Ryan, natural de Belo Horizonte, era integrante do grupo criminoso liderado por Lesk, a “Equipe Sombra”. Em 2020, ele havia sido preso por tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e corrupção de menores, mas deixou a Cadeia Pública Jorge Santana em setembro de 2021. 

De acordo com os policiais, existem outros dois integrantes da “Equipe Sombra” que também são suspeitos de envolvimento no ataque aos médicos, mas eles não estariam entre os mortos. São eles: Bruno Pinto Matias, o Preto Fosco, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW.

Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, também é suspeito por envolvimento no ataque aos médicos
Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW, também é suspeito por envolvimento no ataque aos médicos |  Foto: Divulgação

O ‘BMW’, inclusive, é a voz que aparece em uma interceptação telefônica realizada pela Polícia Civil, que já vinha monitorando os criminosos há meses. No áudio, BMW aparece comentando a localização do suposto alvo da execução, o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que morava a alguns metros de distância de onde o ataque aconteceu, e costumava frequentar o Quiosque do Naná, entre os postos 3 e 4 da orla da Barra.

A principal linha de investigação da polícia trabalha com a hipótese de que Taillon seria o verdadeiro alvo dos executores, que pela semelhança física com um dos médicos, o ortopedista de 33 anos, Perseu Ribeiro de Almeida, acabaram assassinando o grupo de médicos por engano. De acordo com a DH, os bandidos teriam recebido uma informação errada de um olheiro que passou em frente ao quiosque.

Médico teria sido confundido com o miliciano
Médico teria sido confundido com o miliciano |  Foto: Divulgação

O ataque armado seria uma retaliação à Taillon, pelo envolvimento no assassinato de Luís Paulo Aragão Furtado, conhecido como Vin Diesel, no dia 16 de setembro. Na época do crime, Taillon ainda estava preso, e recebeu liberdade condicional no último dia 29.

Os homens encontrados mortos em carros na noite da última quinta-feira (5), teriam sido torturados e executados a tiros por integrantes do Comando Vermelho (CV), que, segundo informações, se reuniram em uma videoconferência para decidir o destino dos quatro. A cúpula do CV teria ficado incomodada com o erro e por isso, sentenciou a quadrilha à morte no “Tribunal do Crime”. A execução teria acontecido em uma região chamada Cabaret, no Complexo da Penha.

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, que não descarta outras linhas de apuração.

Carro usado no ataque

Esse mesmo modelo já havia sido utilizado em outros crimes da região
Esse mesmo modelo já havia sido utilizado em outros crimes da região |  Foto: Reprodução/ Vídeo

Pelas imagens de câmeras de segurança, a Polícia Civil do Rio de Janeiro conseguiu refazer o trajeto do carro utilizado pelos bandidos no momento do crime. O veículo, um Fiat Pulse Branco, percorreu cerca de 36 quilômetros do quiosque até o Complexo da Penha, na Zona Norte. Segundo as investigações, este mesmo modelo de carro, da mesma cor, já havia sido utilizado em outros assassinatos na Zona Oeste.

De acordo com informações, os criminosos teriam passado por algumas das vias mais famosas da cidade, como a Avenida das Américas e a Linha Amarela. O conjunto de comunidades é, hoje, chefiado pela maior facção criminosa do estado. 

Algumas horas depois, os suspeitos de matarem o grupo de médicos por engano na orla da Barra, foram encontrados mortos no conjunto no Complexo da Penha.

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