'Não via maldade em ninguém', lamenta esposa de barbeiro morto em Ipiíba
Leandro Jardim da Silva faleceu nessa segunda-feira (09), após tentar socorrer outro homem que foi baleado
“Todo mundo diz que era ele. Aquele era ele, porque ele gostava de ajudar, ele era essa pessoa, não via maldade em ninguém, mas é mais um que entrou para a estatística”, com os olhos marejados, a professora Cristiane Aparecida, de 45 anos, recorda o espírito empático do marido, Leandro Jardim da Silva, de 41 anos, que foi morto a tiros na noite dessa segunda-feira (09), no bairro Ipiíba, em São Gonçalo.
Por volta das 19h30, Leandro voltava do trabalho, de onde atuava como barbeiro numa barbearia inaugurada há 3 meses. Estava retornando para a residência de bicicleta quando escutou alguém pedindo por ajuda. De acordo com os familiares, Leandro desceu da bicicleta e voltou até o local para verificar o que estava acontecendo. No lugar, um jovem tinha sido baleado.
Leia também:
➢ Homem é baleado e acaba morto após tentar ajudar outro ferido em Ipiíba, SG
➢ Encontrado morto dentro de carro em Nova Cidade
Segundo informações preliminares, o barbeiro teria se envolvido numa briga corporal com o suspeito de disparar contra o outro jovem, a fim de conter os disparos, mas foi atingido com três tiros na região da virilha. Leandro chegou a ser socorrido pelo pai, mas não resistiu aos ferimentos.
Leandro morava com a esposa, os dois filhos de 9 e 13 anos e o enteado, de 20 anos. De acordo com Cristiane, Leandro tinha um bom convívio com todos e era admirado pela disposição e vontade de ajudar o próximo:
“Ele era assim, sabe? Se via alguém com peso, ajudava a carregar. Estava sempre disposto a ajudar, ele deveria ter visto e pensado nos filhos”, contou.
“Teve uma vez em que ele estava com o pai no carro e os dois estavam passando por um lugar com barricada, um homem armado falou para que eles descessem para conversar lá fora, o pai dele não quis ir porque percebeu a arma, já ele, saiu do carro e foi falar com o homem. Ele era assim, sabe? Não via maldade em ninguém”, lembrou.
Ainda conforme a esposa, Leandro tinha acabado de abrir uma barbearia. “Ele estava trabalhando num salão, numa barbearia que conseguiu abrir há três meses. Então foram expectativas, vontades e sonhos, tudo perdido.”
Na manhã desta terça-feira (10), familiares de Leandro da Silva estiveram no Instituto Médico Legal (IML) para liberação do corpo. Ainda não há informações sobre o enterro.
O caso será investigado pela Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNISG).
A outra vítima do caso ainda não havia sido identificada até o fim da manhã desta terça (10).