Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,6788 | Euro R$ 6,1388
Search

Integrantes de organização criminosa são presos após movimentarem mais de R$77 milhões com golpes

Mais de mil pessoas de diferentes lugares e condições financeiras teriam sido lesadas pelo grupo, que atuava a partir de esquemas de pirâmide financeira

relogio min de leitura | Escrito por Renata Sena e Rafaela Marques | 23 de novembro de 2023 - 12:33
Na imagem, André Vitor, irmão do líder da organização criminosa, sendo preso na manhã desta quinta-feira (23)
Na imagem, André Vitor, irmão do líder da organização criminosa, sendo preso na manhã desta quinta-feira (23) -

O esquema de pirâmide da empresa Atrion Invest, alvo da operação Pyramis da Polícia Civil e do Ministério Público, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (23), movimentou R$77 milhões, segundo as investigações da 76ªDP, que teve início em 2020. Mais de mil pessoas foram vítimas do grupo criminoso.

De acordo com o promotor de justiça e membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), Pedro Simão, a Atrion Invest, que anteriormente se chamava Atom X, se tratava de uma organização criminosa armada, que aplicava o golpe da pirâmide financeira em vítimas de todos os perfis. Até o momento, estima-se que mais de mil pessoas, com diferentes poderes aquisitivos e de diferentes partes do Rio de Janeiro, tenham sido lesadas pelos criminosos, que através de um marketing agressivo, atraíam e enganavam os clientes.


Leia mais:

GAECO/MPRJ faz operação contra esquema de pirâmide financeira em Niterói

Apagão em SG e Niterói: De quem é a culpa?


“Eles se utilizavam das redes sociais para fazer promessas irreais, de ganhos fixos mensais de 3% a 16,33% ao mês em cima do capital investido, e normalmente eles pagavam uma primeira parcela mensal e depois paravam de pagar. Como não tinha valor fixo, os clientes poderiam fazer aplicações mínimas de R$2.500, por exemplo. Mas houve clientes que chegaram a aplicar R$500 mil, um milhão…”, contou o promotor.

Ao todo, quinze pessoas foram denunciadas, dentre elas: um advogado; um policial civil, identificado como Giovanni, que é dono de uma empresa de segurança particular e desempenhava a segurança armada do grupo, e privada do líder da organização criminosa; o líder, André Felipe, que já se encontra preso por porte ilegal de armas; o irmão dele, André Vitor, que foi preso na manhã desta quinta-feira (23), e era responsável por cuidar de parte da direção da empresa, além de ser um ‘faz-tudo’; e a ex-esposa de André Felipe, Suellen, que costumava ser o braço direito do ex-marido e fazia o financeiro da empresa. Além destes, outras duas pessoas estão foragidas da polícia brasileira, após terem fugido para Toronto, no Canadá, em setembro do ano passado.

Na manhã desta quinta-feira (23), a polícia cumpriu quatro mandados de prisão em desfavor de André Felipe, que já se encontra detido no presídio Nelson Hungria, Suellen, André Vitor e Giovanni. Com exceção do líder do grupo criminoso, todos os outros integrantes foram presos em suas residências no Barreto, no Fonseca e em Jacarepaguá, respectivamente.

Apesar de André Felipe, já estar preso, a Delegada Natacha de Oliveira ressaltou a importância do cumprimento deste mandado de prisão, uma vez que essa é uma forma de garantir sua permanência no cárcere. “É de extrema relevância social na medida em que se trata de uma pessoa violenta e perigosa. Essa prisão vai assegurar a sua manutenção no cárcere, impedindo que ele venha fazer novas vítimas.”, contou a agente da 76ª DP.

Suellen
Suellen |  Foto: Filipe Aguiar

A delegada disse ainda que uma pistola calibre nove milímetros foi apreendida na casa de André Vitor, e está tendo sua regularidade apurada pelos agentes. A delegada informou também que a 76ª DP vinha recebendo denúncias relacionadas a este caso desde 2020, ano em que a empresa começou a atuar.

Entre 2020 e 2022, período em que a organização criminosa aplicou os golpes, estima-se que o grupo tenha movimentado mais de R$77 milhões, e feito mais de mil vítimas.

Agora, a polícia está realizando um levantamento com o número exato de vítimas dos criminosos. Segundo Natacha, é importante que todos que tenham sido lesados pela empresa continuem denunciando, para que os responsáveis possam ser penalizados corretamente.

A Interpol já emitiu um alerta com a identificação dos dois foragidos, também integrantes da organização criminosa, que estariam foragidos no Canadá. Até o momento, eles não foram localizados.

Matérias Relacionadas