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'Medalhão do tráfico': relembre trajetória de Paulinho Madureira, preso no sábado

Traficante é considerado um dos mais antigos e principais líderes do narcotráfico na Região Metropolitana

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 05 de dezembro de 2023 - 14:28
Paulinho Madureira, um dos mais antigos e principais líderes do tráfico de comunidades em São Gonçalo e Niterói
Paulinho Madureira, um dos mais antigos e principais líderes do tráfico de comunidades em São Gonçalo e Niterói -

Luiz Paulo Gomes Jardim, o Paulinho Madureira, 57, um dos mais antigos líderes do tráfico de comunidades em São Gonçalo e Niterói, foi preso, no último sábado (02), após trabalho de inteligência da Polícia Civil. Integrante de uma das maiores facções do Rio (CV) e com diversas anotações criminais, ele faz parte de uma das "famílias do crime" de maior influência na Região Metropolitana, com atuações que datam desde os anos 1970. Esta seria a sua segunda prisão.

O criminoso é filho de Maria Helena Gomes, que ficou conhecida como 'Vovó do Pó', e era acusada de ser a responsável por controlar parte do tráfico de drogas em favelas dos municípios de São Gonçalo e Niterói na década de 90; e irmão de Luiz Carlos Gomes Jardim, o Luiz Queimado, morto em 2019, vítima de câncer, quando estava sob custódia num hospital na Bahia. 

De acordo com investigações da Polícia, a família de Paulinho chegou a controlar 60% da distribuição de drogas do Estado nos anos 1990,  segundo o delegado José Fernando Miranda, que à época foi o primeiro a instaurar inquérito criminal contra a mãe do criminoso.


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Em 1994, Paulinho Madureira foi acusado de ter assassinado dois policiais federais no Morro Menino de Deus, em São Gonçalo, além de vários outros crimes que cometeu ao longo das últimas décadas.

Em 2010, ele foi transferido para o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, com mais 10 presos ligados ao crime organizado, entre eles o irmão Luiz Queimado e Antônio Hilário Ferreira, o Rabicó; este último, um dos mais antigos líderes do tráfico em liberdade atualmente, foragido desde 2021.

Em 2018, Paulinho Madureira retornou do presídio federal para uma unidade prisional do Rio, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, como registrado em reportagem de O SÃO GONÇALO. Mesmo preso, Paulinho era apontado como responsável pelo tráfico em diversas comunidades de Niterói e São Gonçalo, como Buraco do Boi, Lodial, Lindo Parque, Cerâmica, Buraco Quente, no Galo Branco, e Morro da Torre.

Além do tráfico, entre as anotações criminais acumuladas em mais de 40 anos no crime estão homicídio, roubo, receptação, organização criminosa e outros delitos. Entre as mais recentes demonstrações da força ainda exercida por Paulinho Madureira no crime local consta a época em que integrantes da facção adversária (TCP) tentaram tomar o tráfico de drogas no Buraco do Boi mas foram expulsos. Em 2019, Bruno Souza Silva, o Bruno Pelanca, com apoio de Thomas Jayson Gomes Vieira, o 3N, teria tentado uma invasão para retomar o controle, sem sucesso. Bruno Pelanca foi preso nesse mesmo ano, enquanto 3N acabou morto, junto a mais cinco comparsas, durante operação policial em Itaboraí.

Recentemente, evadido do sistema prisional, Paulinho Madureira se abrigava em casas de alto padrão na Região dos Lagos, como a que foi encontrado pelos policiais, em Saquarema, no bairro Vilatur.

As investigações foram conduzidas por agentes das delegacias 72ª e 77ªDP. 

Árvore genealógica do crime

Não foram somente mãe e filhos que deixaram sua marca na trajetória do crime na região metropolitana. 'Galhos' da árvore genealógica encabeçada por Paulinho Madureira e o irmão, Luiz Queimado, deixaram rastros como Mário Sérgio Rocha Martins, o Guguí ou G.U., preso em julho de 2012.

Oriundo das favelas do Tabajaras, em Copacabana, e Dona Marta, em Botafogo - à época pacificadas - Guguí, que era matuto da quadrilha do traficante Marcinho VP (Márcio dos Santos Nepomuceno), retornou em 2012 sob a cobertura de Madureira e Luiz Queimado, ao Morro do Martins, em Neves, para ocupar o cargo de coordenador do paiol do movimento e fornecedor de drogas do eixo Rio-Niterói-São Gonçalo.

No mesmo ano, outro 'soldado' do tráfico, sobrinho de Paulinho Madureira, também foi preso. José Carlos da Silva Junior, o Dundi, então chefe do tráfico do Morro Buraco do Boi, em Niterói e da Favela da Linha, no Rio do Ourofoi detido em flagrante no bairro do Bananal, em Maricá. Na ocasião, contra ele havia seis mandados de prisão. Com histórico de fugas, Dundi também "colecionou" crimes, como em 2010, quando foi o responsável pela invasão à comunidade Buraco do Boi; quando mandou sequestrar e torturar uma adolescente de 15 anos. Jornais da época registraram, ainda, que, preso, ele teria mudado de facção e passado para a facção Amigos dos Amigos – A.D.A.

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