Trabalhadores escravizados em igreja são resgatados no Rio
Vítimas trabalhavam em mercado, mas pastor retinha pagamento
Sete pessoas que eram mantidas em situação de trabalho análogo à escravidão por uma comunidade de reabilitação para dependentes químicos foi resgatado em Cosmos, na Zona Oeste do Rio. O espaço era mantido por uma igreja evangélica, também localizada na capital.
As vítimas prestavam serviço a mercados na região e tinham os pagamentos confiscados pelos líderes da comunidade terapêutica onde trabalhavam. De acordo com apuração do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), o pastor da Igreja Evangélica Alcance Vitória era o responsável por intermediar as remunerações.
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Os homens, em maioria negros e em condição de dependência química, não recebiam tratamento médico ou psicológico no loca, segundo apurado, e eram mantidos no espaço, sendo forçados a uma carga horária de até 12 horas sem acesso à remuneração.
A comunidade terapêutica terá que pagar indenizações de 10 mil reais a cada um dos trabalhadores, por danos morais. Além disso, tanto ela como os mercados envolvidos terão que pagar regularizar o vínculo empregatício e o pagamento das verbas trabalhistas e rescisórias devidas.
O resgate foi feito no último mês de agosto, mas divulgado pelos órgãos responsáveis nesta terça-feira (05). A ação do MPT-RJ contou com apoio da Polícia Federal (PF) e do Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). As vítimas têm sido acompanhadas pelo Projeto Ação Integrada (ProjAi) e pelos Centros de Atenção Psicossocial - Álcool e outras Drogas (CAPS AD) da cidade.