Jovem agredido em assalto é enterrado em São Gonçalo
Leonardo sofreu morte cerebral após ser assaltado no Centro do Rio
Foi sepultado no Pacheco, em São Gonçalo, na tarde desta quarta-feira (06), o corpo de Leonardo Alves Quintanilha, jovem de 28 anos que morreu alguns dias após ser agredido durante um assalto no Centro do Rio. Apesar de morar na capital, ele era gonçalense e foi velado por amigos e familiares no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco.
O sepultamento foi marcado por manifestações por parte dos presentes, que pediram por justiça no caso e protestaram contra a negligência na gestão estadual da segurança. Algumas das familiares seguraram cartazes no trajeto até o túmulo, cobrando Estado por maior atenção à segurança pública e à saúde.
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Vizinha da vítima desde a infância, Jaqueline Oliveira, de 50 anos, 'liderou' e comentou que a insegurança pública foi um dos motivos que fez o jovem de 28 anos se mudar da casa onde vivia com a família para O Centro do Rio, mais próximo do Aeroporto Internacional do Galeão, onde trabalhava como de imigração.
"Ele era como se fosse um filho. Leonardo é um menino de ouro. Ele saiu de casa porque trabalhava no Galeão e porque o maior medo do Leonardo era o de acontecer o que aconteceu; de pegar condução para ir para o Galo Branco e, naquele percurso, ser assaltado, sofrer espancamento", explicou a vizinha.
Para ela, o caso do vizinho e amigo é um símbolo da falta de atenção dos governantes à políticas efetivas de segurança pública. "A gente vai para casa agora segurar a onda da mãe [do Leonardo]. Mas quem é a próxima mãe? Quem é o próximo filho? E de quem é a culpa? Será que é daqueles que assaltaram? Também. Mas só deles? É a eles que você paga os impostos.O que a gente pede? Segurança pública, saúde, educação", cobrou a gonçalense.
O crime aconteceu na noite do último dia 28 de novembro. Leonardo estava acompanhando um amigo até o ponto de ônibus, na Avenida Beira-Mar, no Centro, quando foi surpreendido por suspeitos. As investigações apontam, até o momento, que ele teria recusado entregar o celular aos acusados e seguido os criminosos em reação à abordagem. Ele foi espancado pelos suspeitos e ficou internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, que confirmou seu óbito por morte cerebral na última terça (04).
Amigos da vítima aguardam o avançar das investigações para entender melhor o ocorrido. "A gente não acredita muito nessa história de que ele foi atrás das pessoas que bateram nele. Esse não era o Léo", declarou o amigo Emerson Lobo, de 28 anos. Para ele, a perda do amigo foi um baque.
"Ele ia para toda festa, bar. Ele não bebia, não fumava, não usava nada, e mesmo assim estava lá sempre acompanhando. Ele era um parceiro mesmo, aquela pessoa que está do seu lado o tempo todo. Era extremamente família, falava da mãe o tempo inteiro. Ele nunca tinha passado por uma situação dessas, de violência. Acho que por isso a gente ficou tão surpreso, tão em choque", confessa o amigo
O amigo Rayan Macheze, também de 28, conta que Léo planejava voltar a morar em São Gonçalo para ficar mais perto da família. "Ele falava: 'eu amo morar no rio, caminhar na praia, morar aqui é muito bom'. No último domingo com ele, ele falou que ia voltar para São Gonçalo, para acompanhar a gravidez da irmã. Contou que queria estar perto da Isabela, que é irmã dele. Era muito preocupado com ela. Meu amigo estava cheio de planos", revelou. Bastante emocionadas, a irmã da vítima e a mãe, Renata, deixaram o local logo após o enterro e preferiram não falar à imprensa.
O caso foi registrado na 1ª DP (Praça Mauá) e, de lá, encaminhado para outra unidade da Polícia Civil, a 5ª DP (Mem de Sá), que está conduzindo as investigações e apurando a identidade dos responsáveis pelo crime