Execução de advogado em Niterói teria sido motivada por disputa em empresa de churrasco delivery
Investigações da polícia e do MPRJ apontam morto com vítima e 'dedo' de contraventor em suposto plano para beneficiar um sócio e tirar dono do 'negócio' para possibilitar 'lavagem de dinheiro arrecadado com jogos
Um ano e nove meses após a execução do advogado Carlos Daniel Dias André, Na manhã de 31 de maio de 2022, ao voltante de sua caminhonente Hilux blindada, num sinal de trânsito no bairro Cafubá, na Região Oceânica de Niterói, a Polícia Civil do Rio e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRV) chegaram a conclusão de que ele foi vítima de um crime motivado por uma disputa pelo controle financeiro de uma empresa do ramo de churrasco delivery, com objetivo de 'lavar' o dinheiro obtido nos jogos de azar em regiões 'nobres' do Rio de Janeiro.
Segundo as investigações sobre o caso, o advogado, no dia do crime, estava indo para uma reunião no Rio, com o antigo proprietário da empresa, que se tornou um 'sólido negócio' e e que chegou a movimentar cerca de R$ 20 milhões, durante a pandemia provocada pelo coronavírus. O dono da empresa havia contratado os serviços do profissional em meio a uma crise com o ex-sócio no negócio, Allan Diego Magalhães Aguiar, o Allan do Posto, ligado, segundo os investigadores, ao grupo do empresário Bernardo Belo Pimente Barboza, o Bernardo Belo, apontado pela polícia como um dos principais contraventores cariocas.
A investigação aponta que Bernardo Belo teria ordenado a expulsão desse antigo próprietário e passado a usar a empresa para dissimular a origem dos lucros provenientes da exploração do jogo do bicho, de máquinas caça-níqueis e de cassinos clandestinos na Zona Sul e na Grande Tijuca.
O 'racha' entre o antigo proprietário e Allan do Posto aconteceu quando o primeiro passou a perceber que o 'sócio' estava deixando de pagar despesas junto a fornecedores, estabelecendo-se, então a crise, que ganhou episódios de violência, com ameaças e até a invasão da empresa por homens armados, para forçar o antigo proprietário a desistir. Foi então que ele decidiu procurar ajuda do advogado que segundo as investigações, o aconselhou a denúnciar tudo à polícia.
Execução- Os responsáveis pela execução de Carlos Daniel, se cercaram de todos os cuidados para tentarem não ser identificados. Se hospedaram dez dias antes do crime em um hotel da cidade, passaram a pesquisar os hábitos dele e chegaram a instalar um GPS em seu veículo blindado. O encontro desse aparelho no carro pela polícia, asociado a análise do cuicuito de câmeras de Niterói e informações chegadas à polícia, através de denúncia, foram determinantes para o avanço das investigações e o esclarecimento do caso.
Segundo a polícia, o homem identificado como autor dos disparos, Rodrigo Coutinho Palomé da Silva, é apontado como segurança de Bernardo Belo. Em agosto passado, a Justiça decretou as prisões dele e de Allan do Posto. Bernardo Bello permanece foragido.
Quem tiver informações sobre a localização de foragidos da justiça, deve informar ao Disque Denúncia, pelos seguintes canais de atendimento:
Central de atendimento: (021) - 2253 1177 ou 0300-253-1177
WhatsApp Anonimizado: (021) – 2253-1177 (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa)
Aplicativo: Disque Denúncia RJ
O anonimato é garantido.