Golpe do livro: crimes em Niterói eram praticados "em família"
Sem qualquer relação com Bienal, família fingia representar evento para obter dados pessoais de vítimas
Foram identificados os dois homens presos nesta terça (16) na operação da 77ª DP (Icaraí) contra um grupo acusado de fingir representar a Bienal do Livro para aplicar golpes em pelo menos 40 pessoas. Além deles, também foram divulgadas a identidade dos suspeitos que seguem foragidos; segundo as investigações, metade dos integrantes da quadrilha é da mesma família.
Os dois homens presos nesta terça foram Pablo Barboza Da Silva, acusado de receber os pagamentos em cartão recebidos pela quadrilha, e Reginaldo Vieira Rocha, suposto motorista do grupo criminoso. Segundo a Polícia Civil, além deles, outros sete suspeitos são alvos de mandados de prisão. Nenhum dos suspeitos tem qualquer ligação com a Bienal do Livro.
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O suposto chefe da quadrilha é Diogo Lázaro Correa Bomfim, que segue foragido até a tarde desta terça (16). Ele e a companheira, Michele Aparecida Silvério, supostamente agiam juntos e seriam os responsáveis por manter empresas de fachada que davam a impressão de legalidade às ações criminosas. Os golpes seriam "camuflados" pela empresa DG Empreendimentos, criada por Diogo.
Além do casal, também é alvo de um mandado de prisão a irmã de Diogo, Bárbara Gabriele Machado Velho, que também é acusada de participar do esquema. Outra integrante da família, filha de Michele, também aparece como suspeita de participação nas investigações, apesar de não ser alvo de mandado de prisão até o momento.
Entre os outros alvos da ação estão, ainda, outras duas mulheres: Nathalia Cristina de Campo e Emily Amancio Lira Pereira Rodrigues. As duas seriam, de acordo com as investigações, as falsas "representantes de venda" do grupo. Elas também seguem foragidas. Nesta manhã, os policiais de Niterói cumpriram mandados de busca e apreensão em imóveis na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, onde também capturaram Pablo e Reginaldo.
O crime que desencadeou a operação aconteceu no Centro de São Gonçalo. A vítima disse ter sido abordada por supostas representantes da Bienal, que ofereceram a assinatura de uma revista com um brinde. Na hora do pagamento, em cartão, as suspeitas teriam dito que a maquininha estava apresentando erros e usaram uma segunda máquina para supostamente completar a transação.
Após a compra, a vítima percebeu duas compras com valores indevidos em seu histórico no banco e, após procurar a Polícia, descobriu que outras pessoas haviam denunciado episódios similares em Niterói. As investigações foram conduzidas pela 77ª DP (Icaraí), que também cumpre os mandados através da "Operação Ictu".
Após o início da operação, a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro publicou uma nota para enfatizar que "repudia o uso de sua marca por criminosos e espera que os responsáveis sejam punidos".
"É importante deixar claro, a fim de evitar que outras pessoas sejam enganadas, que a Bienal do Livro Rio não comercializa assinaturas de livros ou revistas e tampouco conta com representantes comerciais para oferecer produtos ou serviços à população", destacou a direção do evento.
As pessoas que tiverem informações sobre a localização dos acusados foragidos, deve denunciar ao Disque Denúncia/RJ pelos seguintes canais:
Central de atendimento: (021) - 2253 1177 ou 0300-253-1177
WhatsApp Anonimizado: (021) – 2253-1177 (técnica de processamento de dados que remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa)
Aplicativo: Disque Denúncia RJ
O anonimato é garantido.