Professor acusa aluna de racismo e gordofobia
Aluna gravou um vídeo onde xinga o professor
Um professor de matemática de uma escola privada, na Tijuca, no Rio de Janeiro, denunciou uma aluna do 9° ano após ela ter xingado ele num vídeo. O crime foi registrado como análogo ao racismo e gordofobia na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
No vídeo, a aluna de 14 anos, fazia reclamações sobre a didática do professor, pois segundo ela, o profissional não utilizava as apostilas e os exercícios eram confusos. Nas imagens é possível ver que a jovem foi se alterando e começou a proferir frases racistas e gordofóbicos, como “cabeça negra careca”, “macaco fud***”, “baleia imensa” e “negro fud***”.
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As ofensas teriam acontecido no dia 22 de março, três dias depois, o pai da aluna foi até a 16ª DP (Barra) para registrar uma ocorrência contra a escola, pois alegava que a filha havia sido suspensa e que não foi autorizada a retornar à instituição. Em defesa da adolescente, o pai disse na delegacia que os ataques não foram dirigidos ao professor porque ela não citava nomes no vídeo.
O homem também disse que foi vítima de chantagem por parte da diretora da escola, que ameaçou publicar o vídeo caso ele insistisse em retornar com a filha para a instituição de ensino. Outro ponto levantado pelo pai da menina, é que foi enganado a assinar a transferência da menor, pois acreditava que estava assinando um livro de presença. O responsável pela aluna processou a escola pela expulsão.
Em resposta ao caso, a juíza da 1° Vara da Infância e Juventude e Idoso da Capital, concordou com o argumento do Ministério Público de que “deve haver medidas alternativas para coibir a referida conduta ao invés de adotar medida extrema de expulsão da aluna, em ano letivo em curso, sem lhe oportunizar o contraditório e a ampla defesa” e mandou que a menina retornasse a frequentar a escola.
Como ainda não se tinha conhecimento sobre o vídeo que contém as ofensas, o documento foi baseado na versão do pai na 16ª DP e registrado como crime atípico, quando não se tem um crime claro para ser indiciado. No dia 29, o advogado representante da escola entrou com um recurso contra a decisão, que até o momento segue em segredo de justiça.
A escola informou, por nota, que tem um “comprometimento inegociável com a construção de uma cultura antirracista”, além de ter “responsabilidade pela formação de jovens que prezem pelo respeito e pela inclusão, além do compromisso com o fortalecimento de um ambiente seguro e saudável para toda a comunidade escolar”. Por fim, acrescentou que tomou “medidas disciplinares necessárias” e que tem prestado “todo o apoio e o acolhimento ao profissional envolvido”.