Mandantes da morte de Marielle teriam cogitado executar Marcelo Freixo
Segundo PGR, irmãos Brazão miravam alguma das lideranças do PSOL
O ex-deputado e atual presidente da Embratur Marcelo Freixo era um dos alvos cogitados pelos mandantes que planejaram o assassinato da vereadora Marielle Franco. Uma nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o deputado Chiquinho Brazão e seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, decidiram executar a vereadora após descartarem a morte de Freixo por medo da repercussão.
Segundo a PGR, os irmãos Brazão visavam enfraquecer especificamente lideranças do PSOL. A atuação do partido teria impedido a dupla de flexibilizar regras que permitiam uma maior exploração de loteamentos na Zona Oeste do Rio, onde os Brazão tentavam aumentar um "curral eleitoral", de acordo com a denúncia.
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Por conta disso, a dupla teria chegado a planejar o assassinato de Marcelo Freixo, que fazia parte do partido à época e “gozava de grande projeção política”. Porém, a denúncia indica que eles constataram que “eliminá-lo poderia gerar grande repercussão" e decidiram mudar o alvo do crime para Marielle, que, eleita na Câmara do Rio, também atuava contra as tentativas da dupla de ampliação do curral eleitoral.
"Marielle se tomou, portanto, a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos. Matá-la significava eliminar de vez o obstáculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros políticos do grupo de oposição a imitar-lhe a postura", indica a denúncia.
A denúncia inclui ainda o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira e o ex-assessor Robson Calixto da Fonseca.