Tragédia deixa diarista morta em motel de São Gonçalo
Mulher trabalhava normalmente quando um carro bateu no portão do estabelecimento que acabou caindo sobre ela
A auxiliar de limpeza, Soraia Mendonça Castanheiro, de 51 anos, morreu, na manhã desta segunda-feira, após ficar dois dias internada, no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, em São Gonçalo. Soraia atuava como diarista de um motel, nas margens da RJ-106, no Arsenal, e foi esmagada pelo portão de acesso ao local depois que um homem, em um veículo IX35, entrou no estabelecimento em alta velocidade e colidiu contra o portão de ferro, que caiu em cima da funcionária, que encerrava seu turno naquele momento.
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Soraia, que deixa dois filhos e dois netos, um deles ainda na barriga, trabalhava no local há anos. Na última sexta-feira (28), por volta das 14h30, ela atravessou o pátio do estabelecimento para seguir para casa quando foi surpreendida pelo veículo em alta velocidade.
O carro subiu aqui muito rápido, em alta velocidade mesmo. Ele fez essa curva e bateu na cancela, que levantou com o impacto Funcionária que presenciou o acidente
"Nós passamos uma pela outra. Eu fui para lá e ela veio. Quando a gente ouviu o barulho, o portão já estava em cima dela. O carro subiu aqui muito rápido, em alta velocidade mesmo. Ele fez essa curva e bateu na cancela, que levantou com o impacto. Aí o carro bateu no portão que caiu em cima dela. Ela não se mexia e a gente ficou desesperado aqui", contou uma funcionária do local, que foi a única que viu a cena acontecer.
O homem, que dirigia o veículo, foi impedido de deixar o local até que a polícia chegasse. Soraia foi socorrida pelo Samu e levada ao HEAT, onde ficou internada até a manhã desta segunda-feira, quando não resistiu e faleceu.
A mãe da vítima foi até o motel para tentar entender o que aconteceu com a filha dela. "Uma mulher cheia de sonhos. Uma menina boa. O que vai ser de mim sem minha filha", falou muito abalada, sendo amparada por familiares que a acompanhavam.
O ex-companheiro, e ainda marido no papel, de Soraia, falou sobre o ocorrido e pede justiça.
Uma coisa horrível isso e a gente só pede por justiça Davi da Silva Castanheiro ex-companheiro da vítima
"Não é por que aconteceu isso, não. Mas ela era uma mulher muito boa, batalhadora. Somos amigos até hoje. Uma coisa horrível isso e a gente só pede por justiça", falou o taxista Davi da Silva Castanheiro, de 60 anos.
A responsável pelo motel informou que o local prestará todo o apoio necessário aos familiares de Soraia e garantiu o pagamento de todas as despesas fúnebres da profissional.
Familiares ainda não tem informações sobre o sepultamento da mulher.
Autor - O condutor do veículo que atropelou Soraia foi levado, por policiais militares, para a 75ªDP (Rio do Ouro), onde o caso foi registrado. Para os policiais ele alegou ter perdido o controle do veículo. Testemunhas contaram que o homem dirigia de meia e chinelos, mas essa informação ainda não confirmada pela polícia.
Após passar por exames, ficou comprovado que o motorista não fez uso de bebida alcoólica e nem de qualquer outra substância ilegal.
Agentes da 75ªDP realizaram diligências nesta tarde e concluíram que não há câmeras no local que possam ajudar na elucidação do caso. Os policiais seguem a investigação para entender como tudo aconteceu. O homem que dirigia o carro foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.