Polícia Civil faz operação contra fraude de máquinas de bichos pelúcias no Rio
Investigação indica que o grupo criminoso tenha relação com o jogo do bicho ou milícias
A Polícia Civil cumpriu mandados nesta quarta feira (28) na segunda fase da operação 'Mãos Leves', planejada para tentar neutralizar a ação de uma quadrilha que fraudava máquinas de pegar brinquedos e bichichos de pelúcia. A investigação, leva a corporação á acreditar que esse grupo tem relação com o jogo do bicho ou com milícias. Três funcionários das empresas alvos foram levados à delegacia para prestar depoimento.
Em um galpão em Inhaúma, na Zona Norte do Rio, agentes encontraram máquinas que estavam destinados a shoppings de Sulacap, Bangu, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Ilha do Governador. Segundo a polícia, o galpão funciona como sede da Black Entertainment. No local havia dezenas de máquinas e centenas de brinquedos que peritos identificaram serem pirateados.
Na investigação foi descoberto que, era instalado nas máquinas um contador de jogadas, que interfere na corrente elétrica da garra para fisgar as pelúcias. Com isso, apenas após um certo números de créditos, o grampo libera a potência necessária para a garra pegar um brinquedo. A intenção era que as pessoas fossem perdendo cada vez mais dinheiro ao tentar jogar, já que a garra não teria força suficiente para capturar o bichinho, além da dificuldade natural da máquina.
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No galpão da Black, a polícia encontrou baias identificadas com nomes de shoppings, como o Via Parque e o West. As máquinas adulteradas eram colocadas nessas divisórias e encaminhadas para esses endereços. Segundo o delegado Pedro Brasil, todos os aparelhos encontrados na Black estavam com o contador de jogadas.
As investigações tiveram início após informações de que as empresas Black Entertainment e London Adventure utilizavam bonecos falsificados de personagens de marcas registradas em máquinas localizadas em diversos shoppings centers do Rio. Isso fez com que se desse início a primeira fase da operação que ocorreu em maio.
Além das máquinas e das pelúcias, foram apreendidos celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão examinados para que a Polícia Civil tente desvendar a estrutura do grupo criminoso. O objetivo é também identificar a participação de outros integrantes e de organizações criminosas envolvidas.
“Dessa forma, torna-se evidente que se trata de um processo fraudulento para enganar os consumidores, que acreditam que a obtenção do ganho depende da sua habilidade ao operar a grua”, diz um trecho do relatório elaborado pela polícia sobre a ação do grupo acusado.