Motorista morto em São Gonçalo tinha voltado a trabalhar em aplicativo há pouco tempo; “estava super feliz”
Polícia Civil investiga a morte do motorista, que foi baleado durante assalto no Pita
Familiares de Anízio Carlos da Cunha, de 45 anos, estiveram no IML de Tribobó na tarde desta quinta (07) para reconhecer o corpo do motorista de aplicativo, que foi morto a tiros enquanto trabalhava no Pita, em São Gonçalo, nesta quarta (06). Morador de Niterói, a vítima tinha voltado a trabalhar pelo aplicativo há pouco tempo, segundo a esposa.
“Ele trabalhou em aplicativo por algum tempo, mas tinha saído. Trabalhou com telefonia. Mas a vida na escala 6x1 é puxada e a gente viu uma janela para conseguir comprar um carrinho para ir trabalhar [com aplicativo]. Desde que voltou a dirigir por aplicativo, ele estava super bem, super feliz. Tava conseguindo ganhar mais do que estava ganhando e trabalhando menos, fazendo os horários dele”, conta a professora Daniella Carvalho, de 44 anos, esposa de Anízio.
Nesta quarta (06), o motorista saiu de casa, no Ingá, para trabalhar normalmente e chegou a dizer para a esposa que não chegaria tão tarde. “O rastreador parou às 18h50, numa rua principal no Centro de São Gonçalo. Mandei mensagem, liguei e nada. Só consegui notícia bem depois, quando consegui falar com minha cunhada. Ela já estava com ele no hospital, ele fazendo cirurgia”, conta a companheira, que estava com o motorista há cerca de um ano.
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Anízio foi vítima de um assalto na Rua Doutor Porciúncula. Os criminosos levaram seu carro, pertences e efetuaram dois disparos contra o motorista. Baleado no tórax, ele foi levado para o Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, mas não resistiu. Ele deixa duas filhas.
“Eu não sei como é que vai ser daqui para frente. A gente dividia tudo: as tarefas da casa, as contas. Ele era uma pessoa maravilhosa e a gente vivia muito bem. A gente tinha uma vida de pobre, mas uma vida tranquila. Ele tinha os hobbies dele: era músico multi instrumentista, voava de parapente… Ele amava fazer musculação todo dia. Eu nunca pensei que ia estar passando por isso agora”, conta Daniella.
Outros amigos e familiares também estiveram no IML para prestar suporte. “Ele tinha um coração enorme, foi uma pessoa espetacular. Ninguém tem nada o que falar mal dele. A gente estava até marcando um passeio em breve. Infelizmente, não vai mais ser possível”, destacou o cunhado de Anízio, André Luiz, de 54 anos.
A Divisão de Homicídios de São Gonçalo, Niterói e Maricá (DHNSG) está investigando o crime. Até a tarde desta quinta (07), não haviam informações de suspeitos. A Polícia Civil apurava informações que pudessem ajudar na localização do veículo roubado. Ainda não há informações a respeito do sepultamento.