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PM acusado por disparo que matou menina de 8 anos no Rio, é absolvido por júri popular

Jurados confirmaram que Rodrigo José Matos Soares, foi autor do tiro mas, optaram pela não condenação

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de novembro de 2024 - 11:01
Policial militar Rodrigo José de Matos Soares era réu pelo homicídio qualificado de Ágatha Félix, mas foi absolvido
Policial militar Rodrigo José de Matos Soares era réu pelo homicídio qualificado de Ágatha Félix, mas foi absolvido -

O Policial Militar, Rodrigo José Matos Soares, acusado de ter disparado um tiro de fuzil, que acertou e matou, Ágatha Félix, de 8 anos, no morro da Fazendinha, Complexo do Alemão, na Zona Norte carioca em 2019, foi absolvido neste sábado (9), por um júri popular. Os jurados confirmaram que o PM foi autor do disparo, mas optaram pela não condenação. 

O julgamento começou na tarde de sexta feira (8) e teve duração de 12 horas. A decisão de absolvição, gerou muita angústia e revolta aos familiares da menina, que acompanhavam o caso. "Eu tô com ódio, com ódio", esbravejou durante um tempo a tia da criança. 

O júri popular entendeu que Rodrigo foi autor do disparo que matou a menina e que mentiu em suas primeiras duas versões mas, foi sem intenção de matar. 


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Segundo a investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), a versão contada pelo agente após o crime foi contestada pela perícia feita no local. Rodrigo e um colega alegam que foram atacados por uma dupla que passou em uma moto atirando. 

Porém, na visão da Polícia Civil, não houve confronto nem pessoas armados no momento do crime. Os PMs teriam confundido homens que passavam com uma esquadria de alumínio, com bandidos e atiraram. 

A investigação apontou que, um dos tiros disparados pelo cabo Soares ricocheteou num poste, entrou pela traseira da Kombi onde a criança estava, rasgou o forro do assento e atingiu a menina. Foi um estilhaço que causou a morte de Ágatha, perfurando suas costas e saindo pelo tórax.

Rodrigo Mondego, advogado e membro da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, acompanhou a família da menina nos últimos cinco anos e fez um desabafo sobre o desfecho do caso nas redes sociais:

"Estou com um sentimento de tristeza e nojo dessa sociedade que aceita mansamente a morte de crianças. Mas o que mais quero é pedir PERDÃO para a família da Ágatha. Perdão pois como profissional, junto com minhas colegas, mesmo dando o nosso melhor, não conseguimos a condenação do réu. Nosso perdão também como sociedade, tenho vergonha de fazer parte dessa sociedade asquerosa que respalda violência do Estado ao ponto de absolver quem é responsável pela morte de uma criança de 8 anos".

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